Grécia: Negociações com banca internacional recomeçam quarta-feira

Representantes dos credores privados da Grécia anunciaram que vão regressar a Atenas na quarta-feira para retomar negociações cruciais, que poderão levar ao perdão de parte substancial da dívida do país.

o instituto da finança internacional (iif), que conduz as negociações em representação dos bancos, anunciou hoje que o chefe da organização financeira, charles dallara, e jean lemierre (bnp paribas), vão regressar à capital grega e «reiteraram o seu compromisso em tentar obter um acordo sobre uma permuta da dívida da grécia numa base voluntária».

os bancos suspenderam na sexta-feira as negociações com atenas relacionadas com as modalidades de reestruturação da dívida soberana do país, após uma inconclusiva reunião entre as duas partes.

as discussões entre o sector privado e atenas relacionam-se com as modalidades técnicas da supressão de 100 mil milhões de euros de dívida pública grega após o acordo entre os bancos e os dirigentes europeus durante a cimeira europeia no final de outubro, em bruxelas.

as conversações foram interrompidas devido a um desacordo sobre as taxas de juro que a grécia deverá pagar para um novo empréstimo da banca. a reestruturação da dívida grega constitui uma pré-condição para um segundo plano de resgate para o país, avaliado em 130 mil milhões de euros.

em atenas, o governo tem referido desde sexta-feira estar «confiante» na celebração «a tempo» de um acordo.

«temos motivos para acreditar que alcançaremos rapidamente um acordo», assegurou hoje um responsável do ministério das finanças citado pela agência noticiosa afp.

a mesma fonte admitiu ainda que a reunião entre o governo e o sector privado poderá ser adiada para quinta-feira devido «à chegada, prevista para tarde», de dallara e lemierre.

em paralelo, a capital grega recebeu hoje com protestos os peritos do fundo monetário internacional (fmi), comissão europeia (ce) e banco central europeu (bce), que regressaram à grécia para avaliar as medidas de austeridade e as reformas exigidas ao governo.

milhares de pessoas (20 mil segundo os organizadores) responderam ao apelo de diversos sindicatos e manifestaram-se no centro de atenas durante uma greve de 24 horas convocada para a região da ática sob o lema «respondamos aos ataques do patronato e do governo», referiu a afp.

sob a supervisão da designada troika internacional, o governo de coligação do primeiro-ministro tecnocrata lucas papademos, que tomou posse em 11 de novembro, desencadeou novas medidas de austeridade que incluem subidas dos impostos, novas privatizações e cortes nas despesas sociais.

lusa/sol