a westin foi a primeira a pôr à venda a sua heavenly bed, em 1999. até hoje já vendeu mais de 60 mil, para além de 100 mil almofadas. hilton, marriott – empresa onde o ceo aparece a promover a cama dos seus hotéis, vestido com um robe da marca –, ritz-carlton, sheraton ou hyatt seguiram o método.
entre as empresas portuguesas, a tivoli afirma-se como pioneira. em fevereiro, a rede hoteleira detida pelo grupo espírito santo vai lançar online a t store onde disponibilizará 50 artigos, entre os quais a t/bed, criada em exclusivo para as unidades do grupo, em 2008.
«não será um negócio core. antecipamos uma procura relevante, mas não é significativo enquanto negócio. é significativo sobretudo enquanto factor de serviço e de fidelização dos nossos clientes. se temos um cliente que utiliza os nossos hotéis, que gosta da cama onde dorme, ao querer levar essa experiência para casa, mostra uma forte ligação à marca», explica ao sol o administrador de marketing da tivoli, filipe santiago. «já vendemos mais de 100 camas, algumas para inglaterra», acrescenta alexandre solleiro, ceo dos hotéis tivoli, cuja cama tem sido cobiçada nos últimos anos, mesmo sem loja a funcionar.
aumentar negócio
também a novotel, do grupo francês accor, com três hotéis em portugal, criou a sua loja na internet em outubro de 2010. «o objectivo, além de realizar uma receita suplementar, é criar uma ligação que permanece após a estadia do cliente no nosso hotel. ao utilizar no quotidiano objectos da marca, cria uma relação com maior proximidade e familiaridade», diz fonte da empresa.
apostando em camas com design e nomes exclusivos, a comercialização de camas e acessórios complementares pelas empresas de hotelaria repousa na ideia de que, dessa forma, o cliente pode levar o conforto e a experiência que tem num hotel para casa. ao mesmo tempo, os hotéis promovem a sua marca e diferenciam-se da concorrência. nos eua, este fenómeno de vendas já foi apelidado de ‘guerra das camas’ e ganhou um novo vigor quando estrelas como julia roberts ou oprah winfrey contaram que tinham adquirido uma cama numa famosa rede hoteleira.
«é uma extensão do negócio», explica pedro monteiro, partner da snord, empresa especializada em design e comunicação. mas também deixa um alerta: ao venderem estes artigos, as redes hoteleiras «perdem um pouco de exclusividade associada ao facto de aquela oferta só se encontrar dentro de certo hotel. é quase como estar a desvendar um segredo, ao levá-lo para casa das pessoas». ainda assim, afirma: «se um hotel tem como ideia de marca o conforto, faz sentido apostar nestas áreas. o merchandising é sempre uma extensão da presença da marca e da afirmação do seu posicionamento».