A quinta de Artur Martins fica a poucos minutos de Oliveira de Frades, Vouzela e da auto-estrada A 25, permitindo chegar a Aveiro e a Viseu em meia hora, tem boas condições para cultivo, com duas nascentes de água, e equipamento para criar animais, «mas nem assim aparecem candidatos ao lugar», lamenta o proprietário.
Há cerca de um mês, depois de os anteriores caseiros terem deixado a quinta, por ter surgido a oportunidade de emigrarem para Angola, Artur Martins colocou uns avisos na aldeia – Prova, Oliveira de Frades -, «mas quem surgiu só queria a casa, na maior parte», e quanto aos terrenos, «ninguém ou quase ninguém».
Assim, colocou um anúncio no jornal de Vouzela, mas o resultado foi o mesmo: candidatos para ocupar a casa, sim, mas não para as terras.
«Não deixa de ser estranho que, numa altura em que o país atravessa uma crise, com desemprego acentuado, e com tantos apelos ao regresso às terras, não consiga encontrar um casal, numa região onde as pessoas estão habituadas a trabalhar as terras, que aceite esta possibilidade», disse, desapontado, Artur Martins à agência Lusa.
Quem aceitar este «desafio» terá a garantia, explicou Artur Martins, de celebrar um «acordo de comodato» que permite garantias legais de ocupação por períodos de um ano com renovação automática «desde que seja cumprido o estipulado».
O proprietário está a fazer uma remodelação completa da casa depois de ser ocupada durante 25 anos pelos anteriores caseiros.
«Não é exigido sequer que cultive as terras ou crie animais. Exige-se apenas que as terras sejam mantidas limpas e, no caso da vinha, como é normal, a produção seja dividida em partes iguais», adiantou.
Mas Artur Martins admite ainda que «existe uma condição a ser conversada exclusivamente com os candidatos», que não implica trabalho e diz respeito à sua presença em função de uma casa que o proprietário tem nas imediações da propriedade.
«Na verdade, pretendo apenas que as pessoas tenham gosto por isto, porque sendo uma quinta pequena, com cerca de um hectare, tem condições para ser rentável e gerar dividendos interessantes dos quais nada pretendo», assinalou.
A propriedade possui ainda um lagar de vinho que pode ser entregue para exploração dos novos ocupantes da quinta.