Caixões para quem a morte se quer alegre e colorida [fotos

Quando se pensa em caixões – se é que se pensa – a imagem que vem à cabeça é a de um caixa grande de madeira polida e forrada de cetim roxo. Mas a exposição gratuita ‘Boxed: Fabulous Coffins from UK and Ghana’, no Southbank Centre, em Londres, vem contrariar essa ideia e mostra que,…

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a exposição, integrada no death: festival for the living, que teve lugar no passado fim-de-semana, dá a conhecer caixões bizarros feitos à medida de cada um, criados por paa joe, escultor do gana – onde caixões personalizados são extremamente populares – e pela crazy coffins, sedeada em nottingham. por lá, é possível encontrar caixões tão variados como uma sabrina de ballet, um skate, um telemóvel, uma mala louis vuitton ou até mesmo um ananás.

jude kelly, directora artística do southbank centre, salienta que o festival nada tem de macabro. «se há tanto sobre a nossa humanidade que nós reconhecemos, compartilhamos e comemoramos, então por que ficamos tão relutantes ao enfrentar a pequena coisa que no final nos une a todos?», disse à revista design week.

partir em grande estilo

nos últimos anos, a procura de caixões personalizados no reino unido tem vindo a aumentar. para fazer face aos pedidos, a empresa vic fearn and company, no ramo da construção de caixões há mais de 160 anos, criou os crazy coffins.

alguns dos caixões foram produzidos como demonstrações das habilidades da empresa, alguns foram escolhidos pelas famílias dos falecidos, enquanto outros foram pedidos por pessoas que ainda estão bem vivas.

a ideia para os ‘caixões loucos’ surgiu há 15 anos, quando uma senhora telefonou para a empresa e perguntou se podiam fazer um caixão com o formato de um avião. «primeiro achei que ela era uma tola, mas depois de desligar percebi que não era uma ideia assim tão estúpida», disse david crampton, director da empresa, à bbc.

o caixão acabou por ser construído e enviado para a cliente. nada fazia esperar que, de repente, começassem a receber várias encomendas para caixões incomuns. «agora recebemos cerca de vinte pedidos por mês, dos quais só dois podem vir a ser concretizados». isto porque cada um demora cerca de 10 dias a ser feito e pode custar entre 1.800 e 7.200 euros.

«isto não é para toda a gente, mas é algo que as pessoas podem escolher se quiserem fazer as coisas de maneira diferente e tentar fazer com que algumas pessoas sorriam no dia», afirmou crampton ao the sun. «é a última viagem que alguém vai fazer e é um privilégio estar a preparar algo para isso». o que é certo é que o destino é o mesmo, mas alguns chegam com mais estilo.

rita.osorio@sol.pt