E da paixão se fez vinho

O casal holandês Inge e Cees de Bruin apaixonou-se pelo nosso país, pela nossa cultura e pelos nossos vinhos, e depois de quase 30 anos de ligação a Portugal resolveu entregar-se ao seu próprio projecto vitivinícola.

foi assim que, em 2002, no local onde em tempos existira a herdade do monte da vargem, decidiram dar vida à quinta do quetzal – 45 hectares localizados em vila de frades, concelho da vidigueira, no coração do baixo alentejo. muito perto desta quinta ficam as ruínas de s. cucufate, uma vila romana do séc. i, onde foi descoberta a mais antiga adega da península ibérica e onde o processo de vinificação decorria por gravidade. inspirando-se neste método tradicional, o casal construiu uma moderna adega, mas com a forma redonda da antiga, que funciona também por gravidade, sem recurso a bombas.

é neste cenário que nasce o vinho de que hoje falamos: o quinta do quetzal reserva tinto de 2008 e que conta com a assinatura dos enólogos josé portela e rui reguinga. em zona de solos xistosos, as vindimas da quinta do quetzal têm beneficiado do microclima desta área, com a quinta a ser protegida pelas encostas montanhosas da serra do mendro, que a afastam de influências climatéricas extremas e das geadas. no que se refere especificamente à colheita de 2008 que fez este reserva tinto, os registos da quinta do quetzal indicam que houve um verão com temperaturas moderadas.

até chegar às nossas mesas, o vinho estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês e oito em garrafa. como notas de prova, evidencia no nariz uma grande intensidade, frutos negros e tem um final de boca muito longo e persistente. com um teor alcoólico de 14%, é o ideal para acompanhar carnes e peixes de longa confecção.

jose.moroso@sol.pt