para se falar em problemas será necessário recuar até ao início da época. ao fim de sete anos sem conquistar qualquer título, os adeptos encaravam a nova época com esperança e, sobretudo, com relutância face aos rumores que rondava o clube: o capitão cesc fabrègas queria sair.
algumas semanas depois e o rumores confirmaram-se, com a saída do catalão para o barcelona, e tornaram-se ainda piores, quando gael clichy e samir nasri seguiram o exemplo do espanhol e bateram em retirada para o manchester city, em busca dos títulos que têm fugir do norte de londres. a uma equipa já sem o suficiente para vencer eram assim retirados alguns dos principais jogadores.
portanto, os adeptos exigiam reforços de peso. nada surgiu até ao último dia do mercado de transferências, quando de uma assentada chegaram per mertesacker, do werder bremen, andré santos, do fenerbahce, yossi benayoun do chelsea e mikel arteta, do chelsea. todos bons jogadores, mas não o suficiente.
mais de seis meses volvidos, e as desilusões confirmam-se. o arsenal está no quarto lugar da premier league, a 10 pontos do terceiro e arqui-rival tottenham, e com o chelsea e newcastle a morderem-lhe os calcanhares logo atrás. na passada semana, uma humilhante derrota em san siro (4-0) condenou os ‘gunners’ à eliminação da liga dos campeões e, dias depois, uma visitar ao sunderland acabou com a saída da equipa da taça de inglaterra.
a melhor contratação da época terá sido o regresso de uma lenda: thierry henry, que nos dois meses de empréstimo dos new york red bulls conseguiu marcar três golos em sete partidas.
e vão sete anos sem vencer?
resta ao arsenal a taça da liga e o campeonato, onde o próprio arsène wenger afirmou ao daily telegraph que «o primeiro troféu da época será terminar nos quatro primeiros», algo que considerou «vital para a equipa». mas, terminar a época, de novo, apenas com a satisfação de um lugar na liga dos campeões já estará a aborrecer a direcção do clube.
esta segunda-feira ficou a saber-se que os principais accionistas do arsenal se vão reunir com a direcção do clube para elaborar uma espécie de ‘plano de acções’ a tomar, no final de uma época que se prevê que seja a sétima consecutiva sem novos troféus a entrarem nas vitrinas do arsenal.
e, fora de campo, as críticas vão-se acumulando. roy keane, antigo capitão do manchester united que rivalizou com o que terá sido o melhor arsenal de sempre – em 2004 venceram o campeonato sem derrotas -, confessou ao goal.com que os ‘gunners’ desta época «são o pior arsenal que já [viu] jogar».
e as apreciações negativas chegam igualmente de vozes associadas ao passado do clube, como o francês emmanuel petit, ao considerar «mentalmente muito fraca» a actual equipa comandada por wenger, onde os seus jogadores «jogam como se não soubessem o que estão a fazer dentro de campo».
o problema das lesões
o treinador francês pode e tem-se queixado das lesões que têm afectado ainda mais uma já frágil equipa.
jack wilshire, o melhor médio do plantel após a saída de fabrègas, ainda não disputou uma única partida esta época, tal como abou diaby, gigante gaulês, e o lateral andré santos ainda está a recuperar de uma lesão sofrida em abril.
além das lesões, elementos como andrei arshavin ou tomas rosicky continuam em baixo de forma e longe das exibições que outrora rubricaram com a camisola do arsenal. tudo somado perfaz uma época que, até agora, fez erguer dúvidas quanto á continuidade do treinador não britânico que mais tempo se ‘aguentou’ na premier league.