a dia 20 desse mês, o país terá que pagar 14,5 milhões de euros em empréstimos que lhe foram concedidos no primeiro plano de ajuda externa.
além da quantia que deve ser paga aos seus credores, a grécia corre o risco de não conseguir pagar salários e pensões caso não receba o segundo resgate financeiro que hoje está a ser debatido em bruxelas.
o governo de coligação, liderado por lucas papademos, por várias vezes lembrou este risco, enquanto apelava aos partidos helénicos que cooperassem no seu esforço para satisfazer as exigências feitas pelas ‘troika’ – fmi, ue e bce -, para libertar (ou ponderar) os 130 mil milhões de euros de ajuda.
entre as exigências esteve a aprovação de novas medidas de austeridade para o país e um compromisso, da parte dos líderes dos principais partidos políticos gregos, de cumprirem as metas do acordo firmado com a ‘troika’ caso vençam as eleições antecipadas, agendadas para abril.
a oposição holandesa
satisfeitas as exigências, evangelos venizelos, ministro das finanças grego, disse estar «confiante» de que, da reunião do eurogrupo, saia a decisão de libertar o segundo resgate financeiro ao país, ao lembrar à cnn que «a grécia chega à reunião de hoje depois de ter cumprido todas as condições» que lhe foram impostas.
«o povo grego enviou à europa uma mensagem de que fizeram, e vão fazer, os sacrifícios necessários para o país retomar uma posição de confiança na família europeia», defendeu venizelos, citado pela bbc, numa altura em que o país regista uma dívida de 160% do seu pib – produto interno bruto -, e milhares de pessoas expressam quase diariamente a sua revolta em atenas, capital do país.
apesar dos líderes europeus reconhecerem a importância de manter a grécia viva na zona euro, o ministro das finanças holandês, jan kees de jager, revelou ainda não estar totalmente convencido com a postura grega, à entrada da reunião do eurogrupo.
«teremos que ver se a grécia fez o suficiente», disse, antes de sugerir uma «presença permanente da ‘troika’» no país, como explicou o diário helénico ekathimerini. o ministro holandês atirou com a hipótese da ‘troika’ passar a controlar as receitas e gastos públicos do executivo grego, face aos «descarrilamentos várias vezes ocorridos».
o perigo da bancarrota
a confirmar-se o segundo resgate financeiro, a grécia evita para já a entrada em bancarrota que muitos economistas já auguram para o país.
uma insolvência grega levaria o país a sair do euro, o que significaria que a grécia deixaria de ser um problema para a zona euro. porém, o principal medo é o efeito dominó que tal saída poderia criar, face ao contágio que alastraria para países como portugal, espanha e itália.
a saída do euro obrigaria o país a regressar ao dracma – anterior moeda grega. mas o seu renascimento seria acompanhado por uma desvalorização a pique, o que prejudicaria as importações, pois a grécia seria obrigada a pagar muito mais por produtos que assim ficariam demasiado caros para a generalidade da sua população.