e os números têm que ser explicados, pois com eles vêem semelhanças. se entrar em campo esta quinta-feira, giggs vai registar 900 partidas como futebolista profissional, numa carreira que começou em 1991, ano que acolheu a sua estreia no manchester united, camisola do único clube que, até agora, representou.
seis anos antes começava paolo maldini a dar os primeiros passos no futebol. em 1985, o italiano estreou-se ao serviço do ac milan, clube onde passou todas as 25 épocas da sua carreira, entre as quais repartiu cinco ligas dos campeões e sete títulos da série a italiana.
em 2009, os quase 41 anos de idade obrigaram maldini a terminar a sua carreira, que atingiu os 902 encontros profissionais. ora rya giggs atingirá hoje as 900 partidas, e o marco dá a possibilidade de comparar as carreiras de dois jogadores que deixarão marca na história do futebol.
tanto o italiano como o galês vestiram apenas duas camisolas na sua carreira: a dos seus clubes de sempre, ac milan e manchester united, respectivamente, e a das suas selecções. se ao serviço dos seus clubes têm uma carreira recheada de títulos, estiveram longe de alcançar semelhante pecúlio ao serviço das suas selecções.
duas carreiras sem brilho internacional
ryan giggs teve o ‘azar’ de nascer no país de gales, e nunca conseguiu estar presente numa competição internacional com a sua selecção. já maldini nasceu num país que alberga uma das mais fortes selecções de futebol, mas terminou a carreira sem conquistar qualquer prova: perdeu duas finais, no mundial de 1994, diante do brasil, e em 2000, contra a frança. em 2006, ano em que a itália conquistou o mundial, já tinha renunciado à ‘squadra azzurra’.
o ex-internacional galês vai em 21 anos de uma carreira que, pelo menos, se vai prolongar por mais uma época, face à renovação de contrato feita pelo manchester united. e há quem coloque giggs já num patamar superior ao de maldini.
para alex ferguson, único treinador que orientou giggs nos ‘red devils’, sublinhou que o seu jogador «continua a desafiar a idade», e explicou ao daily telegraph as razões que o levam a colocar o galês num patamar superior ao de maldini.
«o maldini era um jogador fantástico mas há uma distinção (…), pois ele era um defesa e, apesar de ter corrido muito, os jogadores que estão nas alas têm muito mais trabalho para fazer», argumentou, ao lembrar que durante grande parte da sua carreira, ryan giggs jogou como extremo esquerdo.
só nas últimos épocas é que o galês passou a desempenhar funções no centro do meio campo, onde apurou a sua visão de jogo e qualidade de passe, em detrimento da velocidade que o caracterizava em jovem mas que cada vez mais lhe foge com o passar dos anos.