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em entrevista ao sol – a ser publicada na sexta-feira na tabu –, pinhal defende que «o maior desafio [da nova gestão] é dar ao exterior um sinal de coesão e unidade, para recuperar a reputação» do banco. mas o millennium bcp deve, igualmente, «investir na recuperação do amor-próprio» dos seus colaboradores, afectados pelo «desgaste» das ‘guerras’ accionistas dos últimos anos, cujas consequências se agravaram com a crise internacional.
para o antigo dirigente do banco, o bcp «continua a ter hoje um excelente modelo de negócio e está nos mercados certos em termos globais», pelo que «poderá recuperar a liderança» do mercado, se mantiver a unidade accionista e o foco no negócio. filipe pinhal diz que «não interessa tanto se os accionistas são angolanos, chineses ou brasileiros», mas é importante que fique assegurado que o centro de decisão do millennium bcp se mantenha em portugal. «nada tenho contra a nacionalidade do capital, mas tenho muito contra a exportação de massa cinzenta», diz pinhal.
sobre o previsível reforço dos angolanos da sonangol e o novo modelo de governance – que deverá ser adoptado na assembleia geral da próxima terça-feira (comissão executiva liderada por nuno amado e conselho de administração encabeçado pelo ex-embaixador antónio monteiro) –, pinhal diz que reflecte a máxima segundo a qual ‘quem paga, manda’. «não sou entusiasta do modelo capitalista puro. mas tenho de aceitar as regras: quem põe o dinheiro, manda. quem não põe, não pode ter a veleidade de mandar», afirma o responsável, que lamenta que o banco precise de recorrer à linha de 12 mil milhões de euros da troika para se recapitalizar, conforme foi anunciado pela actual gestão de carlos santos ferreira.
«é evidente que preferia que não houvesse capital público, porque isso geralmente implica nomeações de gestores que representam esse capital e, de alguma forma, há intervenção estatal», diz o antigo banqueiro, que hoje está na área do imobiliário, numa empresa focada, sobretudo, na reabilitação urbana.
no entanto, as metas de capital impostas pela troika e pela união europeia são para cumprir. «são muito exigentes, mas penso que não poderíamos passar sem elas. e não tenho a certeza que um processo mais gradualista fosse suficiente», afirma o gestor.