“não o fiz para ser nacionalista, mas é algo que temos e que é tão bonito… porque não?”, disse, no final do desfile no centre national dês armees. com uma paleta de azuis, pretos, cinzas e brancos, e materiais como as sedas, lãs e poliéster, buchinho fez um exercício de edição do seu trabalho. “senti necessidade de reduzir as minhas ideias ao seu essencial”.
na linha do que já vinha acontecendo nas duas últimas colecções, o designer optou por uma imagem mais depurada, com silhuetas muito elegantes e femininas que podem surpreender alguns dos seus seguidores, mas que soaram a um novo patamar no seu processo criativo.
no final, luís buchinho anunciou ainda a abertura de uma segunda loja no porto e de um novo showroom no porto. afinal, em tempos de crise há que arriscar.
ainda ontem, o dia tinha começado com o desfile do mais internacional dos criadores portugueses, felipe oliveira baptista. tal como luís buchinho também defendeu, o criador açoriano acredita que, em tempos de crise, compete à moda ter uma reacção positiva e optimista e criar colecções que se afastem da banalidade. no fundo, criar objectos de desejo. “em tempos de crise, as pessoas passam a comprar por paixão e portanto, cada vez mais, temos de criar coisas especiais”.
e foi um desfile de objectos de desejo, peças extremamente marcantes, a que se assistiu. o designer foi buscar inspiração à arquitectura soviética, mas também à subcultura punk dos anos 70, e o resultado foi uma colecção que representa na perfeição o imaginário daquele que também assume os desígnios criativos da casa lacoste. vestidos e jumpsuits em cabedal, com jogos de colagens de tecidos sobre tecidos, com uma paleta de cores fortes, resultaram em pleno na passerelle. nota positiva para mais uma passagem das assinaturas portuguesas pela grande capital da moda, paris.