Um banco à espera de Mourinho ou Guardiola?

O duelo que, por estes dias, tantas vezes alimenta as manchetes em Espanha, está agora a ser transportado para Inglaterra, onde a imprensa não tardou a dar início a uma especulação quanto ao sucessor de André Villas-Boas no banco do Chelsea. José Mourinho ou Pep Guardiola, é a dúvida com que Abramovich se quer entreter até…

o despedimento do antigo treinador do fc porto deu mais um toque de alarme no clube londrino, que vê o seu horizonte estreitar-se cada vez mais na procura por títulos, algo que vem já desde a época passada onde, ainda com carlo ancelotti, não conseguiu acrescentar qualquer troféu ao historial do chelsea.

numa altura em que se prevê mais uma época marcada pela desilusão, tanto abramovich como a direcção dos ‘blues’ estará já à procura de um treinador para a próxima época, um técnico que esteja à altura das ambições que, ano após ano, embalam os objectivos da equipa.

e a imprensa inglesa já reduziu a um par a lista de prováveis candidatos: josé mourinho e pep guardiola, treinadores, em respectivo, do real madrid e barcelona, e que há mais de um ano e meio vão protagonizando a disputa no topo da liga espanhola, e até na liga dos campeões.

à sua espera, ou de qualquer outro treinador, estará um cenário que luiz felipe scolari retratou como «um inferno para quem suceda» a villas-boas. o daily telegraph citou as palavras do antigo treinador do chelsea, em 2008, que «não [achou] estranha» a saída a meio da época do treinador português.

«a cultura do chelsea é muito diferente (…), algumas coisas são conhecidas, como os relacionamentos do dono [abramovich], que antes da relação com o treinador tem a sua relação com alguns jogadores», explicou o brasileiro.

começando por josé mourinho. os rumores em torno de um provável regresso do português ao chelsea começaram a surgir este mês, quando o ainda técnico do real madrid se deslocou a londres, alegadamente à procura de uma nova casa para comprar.

a visita do ‘special one’, aliada ao desejo, que por várias vezes já expressou, em retornar à premier league, foram o suficiente para a imprensa começar a desenhar retratos de uma possível chegada de mourinho ao chelsea, no final da época, para substituir villas-boas, ou melhor roberto di matteo, italiano que comandará os ‘blues’ até ao verão.

mas, olhando para a tradição de mourinho ao serviço dos clubes por onde já passou, o português apenas poderá deixar o real madrid esta época se conquistar, pelo menos, um título importante, ou seja, o campeonato espanhol ou a liga dos campeões. só as conquistas darão a mourinho a hipótese de abandonar os clubes como tanto gosta: pela porta grande.

já no caso de pep guardiola, o caso ganha contornos distintos. nos últimos três anos, o técnico catalão venceu 13 das 16 provas que disputou a orientar o barcelona, e só começou a encontrar uma oposição minimamente à altura desde a chegada de mourinho ao real madrid, na época passada.

o treinador dos ‘blaugrana’ já por várias vezes deu conta da sua vontade em experimentar novos desafios, e a renovação do seu contrato com o barcelona tem estado a ser adiada há meses.

tendo em conta o apetite que roman abramovich, proprietário do chelsea, sempre nutriu pela conquista da liga dos campeões, ambos os treinadores seriam uma escolha acertada, pois cada um deles já por duas vezes levou para casa o troféu da principal competição europeia de clubes.

porém, mourinho tem do seu lado outro entrave: o facto de, em 2007, ter saído do chelsea devido a desentendimentos com abramovich e a direcção do clube londrino. um eventual regresso do português teria sempre que enfrentar os problemas que, há cinco anos, motivaram a sua saída dos ‘blues’. desde então, só o italiano carlos ancelotti conseguiu voltar a vencer a premier league, em 2010.

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