até finais da década de 80 do século passado, a quinta coexistiu com a porto ferreira (que também pertencia à família) e a sua principal actividade era a produção de vinhos do porto. no entanto, e por esta mesma altura, a venda da casa ferreira viria a ser o marco de viragem na história do vallado; a produção de vinhos com marca própria. «numa fase inicial, por volta de 1994/95, avaliámos o potencial das vinhas e começámos a reestruturação, apenas com um objectivo: a produção de castas de grande qualidade», explica-nos francisco ferreira, responsável pela gestão agrícola e tetraneto de d. antónia.
é ele e os outros dois tetranetos (joão ferreira álvares ribeiro e francisco olazabal, este último enólogo) quem está à frente da nova imagem da quinta, situada nas margens do rio corgo, afluente do douro. hoje possuem 50 hectares de vinha com idade entre seis e 15 anos, 20 hectares com mais de 80 anos e adquiriram a quinta do orgal, 40 hectares no douro superior dos quais 20 já foram plantados com touriga nacional, touriga franca e sousão.
o vinho que hoje apresentamos, o monovarietal quinta do vallado touriga nacional douro tinto 2009, é o que tem tido mais sucesso e o que tem dado maior projecção ao vallado. a sua produção tem vindo a crescer – da colheita de 2008 saíram cerca de 27 mil garrafas e da de 2009, 43 mil. bem cotado entre os especialistas estrangeiros, este touriga nacional vem de vinhas com 15 anos e estagiou em barricas de carvalho francês durante 16 meses. das barricas utilizadas, 50% foram novas e a outra metade de 2.º e 3.º anos, de forma a que o aroma da madeira não prevalecesse sobre o da casta. tem um aroma a frutos silvestres com nuances de violeta. é encorpado e com um final de boca longo e muito fresco.
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