Lusoponte recebeu dinheiro das portagens apesar de Passos Coelho dizer que não

A Lusoponte reteve o dinheiro das portagens de Agosto pagas pelos automobilistas o ano passado, disse ao SOL fonte oficial da empresa. A empresa diz ainda que irá acertar contas com o Governo quando for assinado o nono acordo de reequilíbrio financeiro. O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse hoje no Parlamento que o secretário de…

o partido socialista, o bloco de esquerda, os verdes e o partido comunista português interpelaram o primeiro-ministro sobre esta questão. foi também aprovado por todos os partidos a audição parlamentar do secretário de estado dos transportes para efectuar esclarecimentos sobre este processo.

tal como o sol avançou na última edição, o secretário de estado dos transportes, sérgio silva monteiro, autorizou o pagamento de 4,4 milhões de euros à lusoponte para compensar a empresa pela não cobrança de portagens na ponte 25 de abril. isto, apesar de saber que a isenção em agosto neste trajecto acabou o ano passado e que a lusoponte ficou com o dinheiro das portagens – apesar das receitas de todas concessões rodoviárias são das estradas de portugal.

a decisão consta de um despacho assinado no dia 21 de novembro do ano passado, depois de a lusoponte ter reclamado à estradas de portugal a compensação de 4,4 milhões de euros, apesar de ter retido o dinheiro das portagens. e tanto o dinheiro das portagens como o dinheiro da compensação continuam nas mãos da concessionária.

no mesmo despacho, o secretário de estado avança mesmo com razões para a lusoponte ter retido o dinheiro: «a concessionária (lusoponte) não se encontra obrigada a entregar à estradas de portugal o valor das portagens recebidas e arrecadadas», lê-se no documento, ao qual o sol teve acesso.

o primeiro-ministro pedro passos coelho disse ainda que «não houve duplo pagamento à lusoponte», informação contraditória à prestada ao sol pela lusoponte e à que consta no despacho assinado pelo secretário de estado sérgio silva monteiro.

passos coelho prometeu, no final, «corrigir» a situação.

frederico.pinheiro@sol.pt