a sua presença regular na modalisboa acontece porque o cargo a tal o obriga ou já aprendeu a gostar de moda?
tenho aprendido a gostar de moda… (risos) mas venho sobretudo para sinalizar a importância para a cidade desta parceria entre a câmara e a modalisboa, para manter esta semana viva. houve uns anos em que a modalisboa teve de se exilar em cascais, mas pôde voltar a lisboa e isso foi muito importante. nestes momentos é preciso acarinhar tudo o que tem a ver com a capacidade de inovação e criatividade porque isso será certamente a saída para a crise que estamos a enfrentar.
quer evitar um novo exílio da modalisboa?
acho que esse risco já não existe. felizmente regressámos a um momento que a modalisboa é em lisboa e de lisboa.
esse exílio foi um foco de desentendimento entre as duas autarquias?
não. aliás, nós temos parcerias com a câmara de cascais, ainda agora o festival de cinema do estoril cresceu até lisboa. as relações são pacíficas e cada vez mais os concelhos têm de competir menos entre si e cooperar mais. temos todos menos recursos e portanto temos de usá-los em conjunto. agora, percebo que a modalisboa, que nasceu em lisboa, é muito especial para esta cidade. e é isso que queremos sinalizar com esta cooperação, que é também física, porque uma das salas de desfiles – e onde aconteceu o primeiro desfile – é no interior dos paços do concelho, e outra é no páteo da galé – outro espaço da câmara. aliás, os próprios escritórios da modalisboa são mesmo ao lado da câmara. isso sublinha bem a importância que atribuo ao evento.
e como parceiro fundamental da modalisboa, quando esta perdeu, recentemente, o seu principal patrocinador temeu pelo futuro do evento?
acho que todos nós, todos os dias, acordamos a temer pelo futuro. e todos os dias temos de encontrar forças para assegurar a perenidade. nós próprios tivemos de reduzir o apoio que damos à modalisboa. mas o importante é que, apesar de tudo, a modalisboa se tenha mantido, tenha sobrevivido, e esteja aqui com muitos criadores, a mostrarem o melhor que fizeram e o melhor que o país tem na área da criatividade.
o investimento na criatividade e na cultura em geral…
… é chave.
no entanto esse não parece ser o ponto de vista do actual governo. esta é uma forma da autarquia lutar contra esse ponto de vista?
não queria entrar nessa polémica… mas é essencial apostar nessas áreas. se queremos voltar a crescer, não vai ser certamente com as receitas do passado porque essas falharam. já não somos capazes de competir no segmento do ‘produzirmos baratinho, para um mercado pobrezinho’. só conseguimos competir no outro: que tem qualidade, inovação, tecnologia e valor acrescentado. e isso significa design, moda e capacidade de inovação. esse é o caminho. é um caminho mais difícil e mais lento, mas essencial se quisermos vencer a crise. é necessária perseverança e um bom exemplo disso é o caminho que a modalisboa percorreu nestas edições.
o protocolo entre a câmara e a modalisboa termina este ano…
termina este ano e para o ano renovaremos certamente. posso assegurar isso. tenho a certeza que sim.
