logística à parte, é a criatividade o foco principal da modalisboa. a esse nível, o dia arrancou com as propostas de v!tor. o designer vítor bastos continua num exercício íntimo de auto-conhecimento e desta vez quis celebrar a vida, fazendo uma espécie de retrospectiva que apenas acontece na hora da morte. assim, por posição à colecção colorida de há seis meses, esta foi integralmente preta, e detalhes como os ‘rasgões’ marcaram a diferença. destaque para as malhas.
katty xiomara resolveu brincar com a ordem normal de um desfile de moda, invertendo-a e começando pelos agradecimentos. de olhos postos no futuro, a designer apresentou uma das suas melhores colecções das últimas estações, colorida, mas com menos floreados e linhas mais depuradas e geométricas, mas mantendo a sua identidade. pecou, no entanto, pelo excesso de coordenados apresentados, alguns dos quais chegaram mesmo a repetir-se na passerelle.
já dino alves quis explorar os jogos entre a luz e a sombra. o desfile começou com projecções sobre vestidos lisos, lançando assim o tema. o arranque apresentou propostas interessantes com o jogo preto-branco-vermelho muito presente. o trabalho de modelagem mostrou silhuetas interessantes entre o oversized e o longílineo. mas a colecção perdeu pelo excesso de padrões – alguns dos quais que dificilmente conquistarão fãs – e pela sensação de as propostas de homem e mulher serem radicalmente distantes entre si.
a fechar a noite, e perante uma sala totalmente lotada, ricardo preto, apresentou uma colecção de enorme sobriedade e elegância, onde a silhueta masculina esteve em destaque. com o tema luz atlântica, o designer usou muitas fazendas, sedas e cabedais, numa colecção que pretende partir de portugal para o mundo, do presente para o futuro. foi a colecção do dia e um fecho animador, que deixou as expectativas em alta para o dia de hoje, sábado.
