ainda no âmbito da plataforma lab – espaço para as microempresas de moda -, daniel dinis apresentou propostas com base no sportswear e inspiradas na mongólia. radicado na alemanha, o designer parece ter trazido de lá uma abordagem rigorosa ao trabalho e conseguiu uma colecção estruturada, com um forte sentimento nómada, e onde se destaca a ideia de reciclagem, que já tem vindo a marcar o seu trabalho: algumas peças são realizadas a partir de restos de colecções anteriores.
maria gambina inspirou-se no hockey e num mix de influências de várias áreas. numa colecção urbana e irreverente, conseguiu regressar ao sentimento de algumas das suas propostas do passado, com um quê de ironia e ousadia que criam imagens muito fortes.
já miguel vieira e nuno baltazar parecem ter linguagens cada vez mais próximas. se o primeiro se inspirou no fado, o segundo na coreógrafa pina bausch e na música ‘the man i love’, de george gershwin e ira gershin. são duas colecções feitas a pensar numa mulher elegante (no caso de miguel vieira há também propostas para homem), mas que em nada surpreendem naquilo que têm sido as criações de ambos, quer ao nível da modelagem quer ao nível da paleta de cores.
a fechar a noite, o sempre muito esperado desfile de nuno gama. o designer brincou com o regresso do bigode, mas usando a dualidade da expressão ‘be god’s’ (cuja sonoridade é idêntica a ‘bigodes’ mas que, numa tradução livre significa ‘sejam deuses’). é uma colecção elegante e requintada, sem demasiados artifícios que noutros momentos marcaram o trabalho de nuno gama, mas na qual se sentiu falta de alguma da típica irreverência do designer. destaque para as várias interpretações da típica samarra portuguesa.
a modalisboa encerra hoje, domingo, com os desfiles de ricardo andrez, marques’almeida, ricardo dourado, pedro pedro, alexandra moura e filipe faísca.