Portugal ‘está a conseguir ajustar-se de forma mais rápida do que o esperado’

O secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro revelou hoje que a economia portuguesa «está a conseguir ajustar-se de forma mais rápida do que o esperado», devido à diminuição das importações e ao aumento das exportações.

«a economia portuguesa está a conseguir ajustar-se de uma forma mais rápida do que o esperado», já que portugal no final de 2011 alcançou o valor da balança corrente que a ‘troika’ previa «apenas para o final de 2012», afirmou carlos moedas.

portugal «conseguiu baixar este indicador, que mostra que nos estamos a comportar melhor e a diminuir a nossa dívida em relação ao exterior, um ano antes daquilo que a própria ‘troika’ esperava», sublinhou.

segundo carlos moedas, em 2011, a balança corrente de portugal, ou seja, «aproximadamente a diferença» entre o valor do que o país importa e o valor do que exporta, desceu da «sua média histórica» de -10 por cento nos últimos 15 anos para valores inferiores a -7 por cento do produto interno bruto (pib).

trata-se de «um grande esforço que conseguimos», afirmou carlos moedas, frisando que, «no seio da gravíssima crise económica em que vivemos», a evolução do saldo da balança corrente portuguesa é um indicador que «sugere alguma esperança».

a situação deve-se à diminuição do consumo interno e das importações, mas também ao aumento das poupanças e das exportações, explicou carlos moedas, referindo que «os últimos dados revelam que as nossas exportações de bens em 2011 cresceram em cerca de 15 por cento».

«tal é apenas possível porque milhares de empresas portuguesas foram capazes de se adaptar aos novos tempos e às novas realidades e compreenderam que a sua sobrevivência depende da sua competitividade e da procura de novos mercados», explicou carlos moedas.

o secretário de estado adjunto do primeiro-ministro falava em beja na sessão de abertura da 11.ª conferência do ciclo ‘portugal – a soma das partes: as economias como factor de desenvolvimento’, promovida pela ordem dos técnicos oficiais de contas em parceria com a tsf e o diário de notícias.

segundo dados divulgados hoje pelo instituto nacional de estatística (ine), as exportações portuguesas cresceram 10,9 por cento e as importações caíram 7 por cento no trimestre terminado em janeiro, em comparação com o período homólogo (novembro de 2010 a janeiro de 2011).

no entanto, segundo os indicadores compósitos da organização para a cooperação e desenvolvimento económico (ocde) divulgados hoje, a economia deverá continuar a contrair em portugal, mas poderá ter melhorias na grécia e na irlanda.

lusa/sol