as estratégias têm sido, porém, diferentes. do lado de sintra, o presidente da câmara, fernando seara, tem apostado tudo no poder turístico da região e na aproximação à ryanair e à easy jet. segundo adiantou ao sol fonte ligada ao processo, o autarca tem mantido «contactos com as duas operadoras».
isto porque as empresas low cost terão peso na decisão do governo – que aguarda o relatório de um grupo técnico constituído em janeiro.
«o governo não pode obrigar as empresas low cost a sair da portela por causa da lei da concorrência. elas é que podem aceitar ir pra outro aeroporto», explica uma fonte do sector, sublinhando que a questão turística é das mais importantes para as operadoras.
já a estratégia da presidente da câmara do montijo, maria amélia antunes, tem sido unir as autarquias da região na defesa de investimentos na zona. além disso, segundo fontes ligadas ao processo, as boas acessibilidades da margem sul e o baixo custo da obra – o aeroporto no montijo custaria pouco mais do que 100 milhões de euros, apurou o sol – são os principais argumentos.
peça essencial neste processo tem sido o presidente da câmara municipal do barreiro, carlos humberto carvalho, que assumiu o lugar de coordenador deste ‘movimento’ do sul. em declarações ao sol, admite que tem «feito alguns contactos com outros autarcas sobre esta matéria». no entanto, o autarca admite ser ainda «um defensor pessoal do novo aeroporto em alcochete». mas como esta possibilidade de está afastada devido à frágil situação financeira do país, diz «apoiar as soluções que passem pela península de setúbal» – no caso a construção do novo aeroporto no montijo.
o grupo de autarcas da margem sul tem usado ainda como argumento junto do governo os empreendimentos turísticos em curso: grupos como o bes, a sonae, o pestana, amorim turismo e o dono da semapa, pedro queirós pereira, têm investimentos na região, perfilando-se como aliados de peso.
lusoponte quer montijo
a estes, junta-se um ainda mais activo. o presidente da lusoponte, ferreira do amaral, confirma: «é do nosso interesse que o novo aeroporto se situe na margem sul, pois vai trazer mais tráfego» para as pontes vasco da gama e 25 de abril, das quais a empresa do grupo mota-engil é concessionária. e admite «que tem tido contactos com os autarcas da região, principalmente por causa da nova ponte, mas o tema do aeroporto acaba sempre por surgir».
tal como o sol noticiou em setembro, a lusoponte está a dinamizar o processo de construção de uma ponte entre o barreiro e o montijo, de modo a alimentar o tráfego da ponte vasco da gama. «a construção da ponte poderia ser incluída nos acessos do aeroporto», refere ferreira do amaral. a ponte custaria cerca de 80 milhões de euros, estando a lusoponte disposta a partilhar com o estado as receitas adicionais do tráfego da ponte vasco da gama.
se na decisão do governo pesar a ‘cor’ política das câmaras municipais da zona, ganhará granja, pois conta com as autarquias de cascais, oeiras, sintra e mafra, todas do psd. já na opção montijo, prevalecem as autarquias comunistas (como alcochete, barreiro, seixal, entre outras), com excepção da própria cidade, que é ps.
além de sintra e montijo estão também em análise as opções alverca, monte real e beja, tendo a ota e alcochete sido abandonadas pelo executivo. no entanto, o facto de monte real e beja serem muito longe de lisboa, e de alverca ter graves problemas ambientais colocaram-nas em piores condições. a disputa resume-se, assim, a sintra e montijo