Afinal quem manda no banco do Chelsea? [vídeo

«Antes da relação com o treinador tem a sua relação com os jogadores». A frase pertence a Luiz Felipe Scolari, treinador brasileiro que foi demitido do Chelsea em 2008, para caracterizar o papel de Roman Abramovich, milionário patrão do clube, na gestão da equipa. Ontem, diante do Nápoles, um relance no banco de suplentes deu…

demitido sem prestígio face aos resultados e, sobretudo, à polémica que gerou em torno da sua relação com os principais jogadores do clube, scolari abandonou o clube londrino em 2008 e, quando os rumores começaram a intensificar-se em volta do futuro de andré villas-boas no clube, o brasileiro voltou a lembrar que «a cultura do chelsea é muito diferente».

o instável percurso de villas-boas à frente dos ‘blues’ – apenas 19 vitórias em 40 jogos oficiais –, a par das suas escolhas de relegar por várias vezes jogadores como frank lampard e didier drogba para o banco de suplentes, fizeram renascer os rumores que atormentaram a vida de scolari no chelsea: a influência do grupo de ‘trintões’ no clube.

ontem, quarta-feira, surgiu outro sinal que isso deu a entender. partida decisiva em stamford bridge, onde os ‘blues’ tinham de dar a volta à derrota que traziam de nápoles (3-1) de modo a seguirem em frente para os quartos de final da liga dos campeões. o chelsea consegue o mais difícil e iguala a eliminatória, levando o jogo para prolongamento onde, ainda no início consegue colocar-se em vantagem (4-1) com o golo de branislav ivanovic.

a ordem era para controlar e defender o resultado, perante o ímpeto atacante de um nápoles que, assente no trio lavezzi-cavani-hamsik, ia ameaçando a baliza de petr cech. o desgasta nos jogadores do chelsea era evidente, e tinha já obrigado john terry a ser substituído.

vários jogadores iam-se queixando do cansaço, entre eles david luiz e didier drogba e, já perto do final da partida, algum deles terá pedido para ser substituindo, esquecendo-se que di matteo tinha já esgotado as três trocas a que tinha direito.

nesse momento, as câmaras televisivas apontaram para o banco dos londrinos, onde se via john terry a responder aos apelos vindos do relvado, dando depois instruções a quem o questionava. tudo isto ao lado do treinador, que se mantinha calado e observador. apenas depois de emitir as suas ‘ordens’, o capitão do chelsea comunicou ao treinador italiano o que tinha acabado de comunicar.

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um sinal de demasiada influência ou uma simples conversa entre jogadores? as imagens televisivas pouco deixam concluir, mas deverão ter suscitado questões sobre de quem vêem, afinal de contas, as ordens e instruções no chelsea.

o episódio também serviu para lembrar as queixas de scolari, que nos breves meses em que esteve ao serviço do clube encheu as páginas da imprensa britânica com a alegadamente tensa relação que mantinha com didier drogba, avançado costa-marfinense que, a par de john terry, frank lampard e ashley cole, constitui o núcleo da ‘velha guarda’ do chelsea.

diogo.pombo@sol.pt