temos de recuar aos tempos do bisavô materno dos actuais proprietários (os irmãos carlos e luís mira), para irmos às raízes do actual negócio. com efeito, ele foi um dos fundadores e o primeiro presidente da adega cooperativa de borba, enquanto o avô paterno criou uma das primeiras empresas particulares para produção de vinhos, isto também em borba. com todo este conhecimento adquirido ao longo de gerações, carlos e luís mira (este último responsável pela direcção de enologia, que conta também com o jovem enólogo tiago garcia) produzem hoje excelentes vinhos. e é da herdade das servas, em s. bento do ameixial, junto a estremoz, que chega até nós este reserva 2008, um tinto saído de um património vinícola de 200 hectares divididos em três vinhas com idades compreendidas entre 20 e 60 anos, e onde predominam os tipos de solos vermelhos de xisto e argilo-xistosos.
provei-o num dos já célebres jantares vínicos organizados às quintas-feiras num dos mais bonitos hotéis portugueses, o yeatman, em vila nova de gaia. diante de um cenário de cortar a respiração (a cidade do porto com o douro a seus pés), o herdade das servas reserva 2008 esteve à altura do desafio, aliás como outros vinhos aí apresentados pelo produtor.
estagiou 14 meses em barricas de carvalho francês (70%) e norte-americano (30%) e ainda mais 16 meses em garrafa. apresenta uma cor rubi escuro e um aroma a frutos pretos bem maduros, integrados com algumas especiarias. apesar de a casta touriga nacional representar aqui somente 25%, é dominante. é aveludado e tem taninos robustos que lhe garantem uma boa longevidade, podendo-se guardar durante 12 a 15 anos. o seu teor alcoólico é de 15% e acompanha carnes vermelhas e caça, assim como queijos intensos e enchidos. foram colocadas no mercado dez mil garrafas.
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