os tumultos surgiram no final da rua garrett, no cruzamento com a rua serpa pinto, e estenderam-se pela área que rondava a esplanada do famoso café ‘a brasileira’.
recorde aqui o vídeo dos confrontos, e as imagens.
ernestro silva, um dos funcionários do café, desenhou um retrato dos acontecimentos que viu a partir do interior do estabelecimento, que chegou mesmo a «refugiar clientes».
«vi uma série de indivíduos aparentemente a fugir da polícia, enquanto bombardeavam [os agentes] com cadeiras, mesas e garrafas e com tudo o que apanhavam à mão», contou, ao lembrar que a polícia ia «com alguma dificuldade, a perseguir os manifestantes», que prosseguiriam em direcção à praça camões.
ernesto silva lamentou ainda o que considerou ser «uma péssima imagem» deixada para os olhos de «turistas e estrangeiros» que se encontravam na zona. uma imagem que classificou ser «ao estilo de atenas», e que espera ter sido «um caso isolado».
uns metros mais abaixo, na esquina do cruzamento com a rua serpa pinto, duas funcionárias de uma loja, que requereram o anonimato, contaram que os desacatos terão sido provocados por um grupo maioritariamente constituído por jovens.
de acordo com as lojistas, o grupo pertenceria à plataforma 15 de outubro, e terá atravessado a rua «cerca de 15 minutos depois» do ‘pelotão’ geral da manifestação, que integrava os grevistas liderados pela cgtp.
no interior do estabelecimento, e «de portas trancadas», de onde observava o que se passava na rua, uma das lojistas sublinhou as «provocações constantes» dirigidas pelos manifestantes aos agentes policiais que, ao início, se mantiveram «impávidos e serenos».
para exemplificar tais provocações, a lojista contou que alguns manifestantes chegaram mesmo a «baixar as calças e mostrar os traseiros» à polícia e aos «turistas que estavam a assistir».
manifestantes «só queriam gerar confusão»
uma das imagens dos distúrbios no chiado, e quiçá a mais difundida pelos meios de comunicação, mostra patrícia melo, uma fotojornalista da agência afp, a ser agredida com um cassetete por um polícia.
as lojistas contam ainda ter visto um homem que «estava a tirar fotografias a centímetros da cara de um polícia», ao referirem-se a outro fotojornalista que estaria presente no local. comum a ambas é a opinião de que os manifestantes «só queriam gerar confusão».
já margarida amaral, funcionária de uma loja situada em frente ao café ‘a brasileira’, afirmou ter visto «uma senhora, com um bebé num carrinho, no meio da manifestação».
a funcionária lamentou ainda o que diz ter sido uma«violência em demasia contra pessoas que não entraram no protesto».