o mais velho dos sete filhos de fernando van zeller guedes e de maria amália cabral lopo de vasconcelos van zeller guedes, nasceu a 29 de dezembro de 1930, na quinta da aveleda e, depois de uma fugaz passagem pela faculdade de economia, lisboa, em 1952, pediu ao pai para ingressar na sogrape, empresa que o mesmo tinha fundado dez anos antes. em 1957, depois de se diplomar em enologia pela faculdade de ciências de dijon, assume a direcção técnica de produção da sogrape e começa aí um profundo trabalho de construção e modernização das infra-estruturas que albergavam o já mítico mateus rosé. chegado à administração em 1969 e à presidência em 1987, fernando guedes criou um grupo empresarial de sucesso.
nesta longa história, uma quinta houve que nunca o deixou indiferente. a quinta do caedo, perto de ervedosa, «com o espectáculo inigualável dos seus muros centenários e daquelas vinhas velhas», recorda. e foi nessas vinhas que fez o seu projecto pessoal, impulsionado pelo consultor da empresa, alberto antonini, e ajudado pelo enólogo luís sottomayor.
daqui nasceu um vinho muito especial, todo ele repleto de história e de sabedoria, o legado 2008, douro tinto. é um tributo de fernando guedes e da sua equipa ao melhor que o douro tem e um legado à terceira geração da família e que actualmente gere a empresa. legado 2008 é um vinho com boa complexidade, equilíbrio e boa acidez. nele podemos distinguir aromas a resinas, trufas e fruta vermelha, reflectindo as centenárias vinhas da quinta do caedo que nos seus sete hectares de vinha velha tem plantadas castas como touriga franca, touriga nacional, rufete, tinta amarela, tinta da barca e tinta roriz. é um vinho para procurar desde já (só se fizeram três mil garrafas) e para guardar.
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