De volta à luta seis anos depois

Seis anos depois, e o Benfica volta a estar entre as oito melhores equipas na Europa. O obstáculo antes da fase seguinte é um titubeante Chelsea, o clube londrino que tem feito um percurso irregular em Inglaterra e que se tem virado para a Liga dos Campeões como a salvação para um época em que…

em 2006, os ‘encarnados’ de ronald koeman atingiam os
quartos de final da ‘champions’ após ultrapassarem dois opositores ingleses: o
manchester united, na fase de grupos, e o liverpool nos oitavos de final,
partida que gravou na maior parte das memórias benfiquistas um golo de fabrizio
miccolli, de pontapé de bicicleta, em pleno estádio de anfield.

nesse ano, o benfica cairia apenas nos quartos de final
diante de um barcelona de frank rijkaard que, semanas mais tarde, se tornaria
campeão europeu, empurrado por jogadores como ronaldinho gaúcho, samuel eto’o e
deco.

hoje, seis anos volvidos, os ‘encarnados’ sabem apenas que
poderão voltar a enfrentar os ‘blaugrana’ caso consigam ultrapassar um chelsea
que, desde 2003, é impulsionado pelos milhões de roman abramovich, o seu
proprietário, e pelo incessante desejo do russo em levar os ‘blues’ à conquista
da mais importante prova europeia de clubes.

esta época, o chelsea não está a corresponder às
expectativas. prova disso é o quinto lugar que ocupa actualmente na premier
league, a 23 pontos do líder, o manchester united, e onde por esta altura luta
apenas por alcançar uma vaga entre os quatro primeiros para garantir uma
presença na liga dos campeões da próxima época.  apesar de tudo, a equipa está nas meias-finais
da taça de inglaterra.

na ‘champions’, os londrinos soma duas derrotas: 2-1 em leverkusen, frente ao bayer, na fase de grupos, e 3-1 em nápoles, na primeira mão dos ‘quartos’, resultado que conseguiu recuperar depois em stamford bridge, onde venceu por 4-1.

um chelsea
envelhecido

mesmo com a troca de andré villas-boas, no início de março (após 11 derrotas em 40 jogos), pelo
italiano roberto di matteo, e apesar de algumas melhorias, a equipa continua a
apresentar os mesmos problemas que tantas vezes foram apontados ao treinador
português: uma equipa lenta, envelhecida e previsível.

tudo porque, no seu plantel, os ‘blues’ albergam sete
jogadores acima dos trinta anos de idade – john terry, frank lampard, ashley
cole, didier drogba, florent malouda, paulo ferreira e hilário. se os dois
últimos raramente aparecem como primeiras opções, os restantes, principalmente
lampard, terry, cole e drogba, são habituais titulares na equipa comandada
agora por di matteo.

apesar da qualidade que lhes é reconhecida, a sua avançada
idade faz com que o ritmo de jogo do chelsea seja por demasiadas vezes lento,
assente nas investidas repentinas de daniel sturridge, na esquerda, ou nos
lançamentos longos de lampard para a frente de ataque, onde drogba não
apresenta o mesmo poder de explosão de há uns anos, e fernando torres continua
a mostrar a sua intermitência em marcar golos ao serviço dos londrinos.

pelo meio surge a criatividade do espanhol juan mata,
assente em passes precisos e nos poucos erros que comete, e o ímpeto atacante
que a equipa empurra pelo seu flanco direito, fazendo uso da velocidade de
ramires, apoiado ora por josé bosingwa ou branislav ivanovic, que alternam a
titularidade no lado direito da defesa.

quanto a raul meireles, o antigo médio do fc porto perdeu minutos de jogo desde a saída de villas-boas, em contraste com a renovada importância que frank lampard  ganhou no onze inicial. uma entrada do português implicará a saída do inglês, ou de sturridge, de modo a colocar meireles à frente do duplo-pivô de médios e deslocar mata para a esquerda, de modo a conferir também mais capacidade defensiva à equipa. 

a luta pelas meias-finais da ‘champions’ começa hoje, às 19h45, no estádio da luz.

diogo.pombo@sol.pt