foi há mais de 30 anos que o tailandês chaleo yoovidhya desenvolveu uma fórmula que mistura água, açúcar, cafeína, taurina, inositol e vitamina b. assim nasceu a famosa bebida energética red bull, originalmente baptizada de krating daeng, que teve bastante sucesso entre trabalhadores nocturnos tailandeses. hoje, o red bull acompanha milhões de noctívagos, festivaleiros e estudantes com uma injecção de cafeína.
o seu criador, de origens pobres, tornou-se no terceiro homem mais rico da tailândia e chegou ao 205.º lugar dos mais afortunados na lista da revista forbes. morreu no passado dia 17 de março de causa natural, deixando uma das maiores fortunas do país. o jornal tailandês nation escreveu que chaleo «será lembrado como um génio do negócio e do marketing que colocou a bebida energética tailandesa no mapa global».
a bebida foi lançada para o resto do mundo, em 1984, por um empresário austríaco, dietrich mateschitz. numa viagem que fez à ásia, mateschitz achou que a bebida era ideal para combater o jet lag. a ideia do negócio surgiu num bar do hotel mandarim em hong kong. juntos, o austríaco e o tailandês modificaram a fórmula inicial de chaleo e fundaram a red bull.
lançada em 1987, a marca do touro vermelho vende milhões de finas latas icónicas pelo mundo fora. a família yoovidhya tem 51% das acções, enquanto mateschitz detém 49%. actualmente a bebida está presente em mais de 160 países e é proprietária de dois clubes de futebol e de uma equipa de fórmula 1.
dos patos para os touros
chaleo, o terceiro de cinco filhos, nasceu no seio de uma pobre família chinesa e tailandesa da província de phichit, em 1923. praticamente sem escolaridade, trabalhou com os pais na criação de patos e comercialização de frutas, antes de ir para banguecoque ajudar o seu irmão a montar uma farmácia e a tornar-se um vendedor de antibióticos.
nos anos 60 criou a sua própria empresa, a tc pharmaceuticals, num velho bairro da cidade. começou a trabalhar numa fórmula e após anos de trabalho o resultado foi o krathing daeng, ou red bull.
o factor mais importante por detrás da sua rápida ascensão foi o marketing não convencional de chaleo, que ignorou banguecoque em favor da periferia, onde estavam os operários. ofereceu um produto de baixo custo que dava brindes populares ao gosto de camionistas, trabalhadores da construção civil e dos trabalhadores fabris.
em 1984 juntou-se a dietrich mateschitz, e voaram para o resto do mundo. com mais do dobro da cafeína da coca-cola, «red bull dá-te asas», foi o slogan que adoptaram. a empresa evitou os métodos usuais de marketing. começou por dar festas com temas invulgares e oferecer amostras grátis, baseando-se em buzz marketing ou propaganda boca-a-boca para promover a bebida. outra estratégia foi convencer alunos a guiar minis ou beetles com uma grande lata de red bull azul e prateada no topo.
chaleo, o homem que parecia representar a antítese da diversão e adrenalina que a sua bebida oferece, afastou-se dos media e não deu nenhuma entrevista durante 30 anos. de acordo com o seu filho saravudh, chaleo foi sempre um homem positivo. «nunca ouvi palavras como ‘difícil’ ou ‘impossível’ do meu pai», disse ao independent.
chaleo yoovidhya casou duas vezes e teve 11 filhos.