e a tendência é que o peso da lusofonia na economia global venha a aumentar, sobretudo graças aos contributos de angola e brasil, que vivem tempos de pujança económica, em contraponto à ‘deprimida’ europa.
o indicador do peso no pib «deverá evoluir positivamente porque são zonas da geografia mundial que estão a crescer acima do crescimento mundial», explicam ao sol os analistas do es research.
recorrendo a dados de 2010, os mais recentes até agora disponíveis, o estudo indica que a expressão mundial da língua portuguesa corresponde a 1,979 biliões de euros, ou seja, 4,6% do pib mundial. e é falada por 253,7 milhões de pessoas, o equivalente a 3,6% da população do globo.
neste total, são tidos em conta, por exemplo, os pib dos países que constituem a comunidade dos países de língua portuguesa (cplp), bem como o da guiné equatorial (cuja adesão está em estudo) e de macau. só a cplp contribui com 1,857 biliões de euros para o pib mundial (4,3% do total), havendo 249,9 milhões de pessoas falantes da língua de camões (3,57% da população no mundo).
«a língua, como característica unificadora, exerce um forte impacto nas economias a vários níveis, nomeadamente na dinamização das trocas comerciais, na promoção da globalização empresarial, no desenvolvimento das relações políticas e sociais, no intercâmbio de ideias, e no fluxo de pessoas», justifica-se no estudo.
português, um facilitador de negócios
assim, outro dos aspectos evidenciados no documento é o impacto das comunidades portuguesas fixadas em vários países, que ascendem a 4,9 milhões de pessoas, entre portugueses emigrantes e luso-descendentes, e às quais é atribuível um pib de 133 mil milhões de euros (ver mapa e quadros). juntos, tanto os países da cplp como as comunidades de várias nacionalidades existentes no universo lusófono – veja-se o caso dos brasileiros e africanos em portugal, ou dos expatriados em angola – trazem oportunidades de negócio, consideram os analistas do es research.
partilhar a mesma língua «é um facilitador de negócios». e «as presenças cruzadas [facilitam as relações] e esta lógica funciona para todos os países da lusofonia: tanto para portugueses no estrangeiro, como para outras nacionalidades lusófonas nos vários países», detalham.
a língua portuguesa e a presença de comunidades portuguesas no exterior «constituem importantes activos ao dispor do tecido empresarial português, conferindo-lhe vantagens comparativas muito relevantes na abordagem a mercados que hoje beneficiam de forte crescimento e potencial de projecção sobre áreas regionais adjacentes», reforça ainda o estudo.