esta opção já foi mesmo defendida em reuniões com o primeiro-ministro, pedro passos coelho, que se mostrou receptivo a ouvir novas posições. no entanto, o executivo quer cumprir o acordado com a troika, que impõe que a nova pista seja construída em infra-estruturas já existentes. mas para não deixar cair a opção alcochete – que apenas será viável se houver investimento privado garantido – o grupo que está a recuperar a ideia tem na sua posse um estudo de viabilidade económica e financeira. o documento estima um custo entre os 450 e os 500 milhões de euros para a construção do novo aeroporto low cost no campo de tiro.
o bastonário da ordem dos engenheiros, antigo presidente do laboratório nacional de engenharia civil (lnec), é um dos ‘pontas-de-lança’ da opção alcochete. «o aeroporto low cost em alcochete pode no futuro ser ampliado e substituir o aeroporto da portela», justifica matias ramos, em declarações ao sol. ou seja, a ideia é lançar agora uma primeira pista e mais tarde alargar o projecto a um aeroporto nacional para todos os aviões.
segundo o líder dos engenheiros nacionais, as opções de sintra (granja do marquês) e montijo, as mais fortes, tal como o sol já noticiou, mas também alverca, beja e monte real têm todas problemas que não as viabilizam.
além disso, matias ramos diz ser «urgente a viabilização de uma alternativa ao aeroporto da portela» que, garante, «vai atingir a sua saturação em 2018». esta previsão foi anteriormente apontada por guilhermino rodrigues, presidente da ana – aeroportos de portugal, gestora das infra-estruturas aeroportuárias nacionais. o aeroporto pode aguentar até 2020, mas sempre com quebras na qualidade do serviço, dizem.
para o bastonário, só alcochete consegue responder em tempo útil a esta necessidade, uma vez que «os planos estão prontos, já foram alvo de discussão pública e as obras podem iniciar-se de forma célere».
a decisão do governo sobre a localização do futuro aeroporto low cost será tomada depois de estar concluído, no final do mês, o relatório do grupo de peritos. em análise está a comparação de cinco opções: montijo, sintra, alverca, beja e monte real – todas com infra-estruras já existentes. um requisito que consta do memorando com a troika e que, segundo anunciou o secretário de estado dos transportes no último fim-de-semama, durante o congresso da associação portuguesa para o desenvolvimento do transporte ferroviário (adfer), será cumprido. no entanto, o governante não descartou, de todo, a possibilidade de, no futuro, se escolher o campo de tiro de alcochete para construir o aeroporto.
até porque, segundo o sol apurou, a multinacional alemã siemens tem demonstrado, discretamente, junto dos responsáveis políticos, a sua disponibilidade para investir na infra-estrutura. também por isso, para estes grupos de interesse é importante cancelar a linha de mercadorias anunciada pelo governo e defender a linha de tgv, de modo a rentabilizar mais alcochete.
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