Governo: Não há ‘projecto de intervenção previsto’ para a Guiné-Bissau

O Governo esclareceu hoje não existir «nenhum projecto de intervenção militar previsto» face à situação na Guiné-Bissau e que a Força de Reacção Imediata (FRI) se encontra em «estado de prontidão considerado adequado para a situação em curso».

em comunicado hoje
divulgado, assinado pelo gabinete do ministro da defesa, o executivo adianta
ainda que, «caso venha a ser necessário», a força em preparação está apta a efectuar
uma «operação de evacuação de cidadãos portugueses» e de outros países.

«na sequência das
notícias publicadas, hoje, sobre a situação na guiné bissau o ministério da
defesa nacional informa que (…) não há nenhum projecto de intervenção militar
previsto para aquele país (…) o ministério da defesa nacional está a proceder
ao acompanhamento normal em situações desta natureza», pode ler-se no
documento.

o executivo adianta
ainda: «a força de reacção imediata encontra-se num estado de prontidão
considerado adequado para a situação em curso, podendo, caso venha a ser
necessário, efectuar uma operação de evacuação de cidadãos portugueses e de
países amigos».

o ministro da defesa
nacional e os quatro chefes militares reuniram-se hoje para discutir a situação
na guiné-bissau e uma eventual deslocação de tropas portuguesas para aquele
país, confirmaram várias fontes à agência lusa.

a fri das forças armadas
portuguesas está a elevar o seu nível de prontidão devido ao agravamento da
situação na guiné-bissau, disseram à agência lusa fontes militares.

segundo as fontes,
forças especiais, pára-quedistas e fuzileiros receberam ordens nas últimas
horas para aumentar a velocidade de resposta para “acautelar”
qualquer eventualidade.

a fri, que tem meios dos
três ramos das forças armadas que variam consoante o tipo de missão, pode ser
deslocada em 72 horas e é comandada pelo chefe do estado-maior general das
forças armadas (cemgfa).

na quinta-feira à noite,
um grupo de militares guineenses atacou a residência do primeiro-ministro e
candidato presidencial, carlos gomes júnior, e ocupou vários pontos
estratégicos da capital da guiné-bissau.

a acção foi justificada
hoje, em comunicado, por um autodenominado comando militar, cuja composição se
desconhece, como visando defender as forças armadas de uma alegada agressão de
militares angolanos, que teria sido autorizada pelos chefes do estado interino
e do governo.

a mulher de carlos gomes
júnior disse hoje que ele foi levado por militares na noite do ataque e
encontra-se em parte incerta, bem como o presidente interino, raimundo pereira.

os acontecimentos
militares na guiné-bissau, que antecederam o início da campanha eleitoral das
presidenciais de 29 de abril, mereceram a condenação da união africana, da
comunidade económica dos estados da áfrica ocidental e de vários países,
incluindo portugal, que exortou os autores do «golpe militar» a libertar os
políticos detidos.

lusa/sol