‘Quero que Sines seja o nosso Golias’

Na semana em que um dos maiores armadores do Mundo, a CMA CMG, começou a operar em Sines, Lídia Sequeira diz que espera atingir, este ano, o recorde máximo de carga e de contentores movimentados.

apesar do porto estar a recuperar, ainda não se atingiu o máximo de 27 milhões de toneladas de 2006…

este ano vamos, de certeza, ultrapassar os 27 milhões. houve um período de quebra, mas tem havido uma recuperação. o ano de 2006 foi fantástico, com a conjugação positiva de todos os cinco terminais, o que é um caso raro. este ano já crescemos 20% no primeiro trimestre.

a que se deve essa subida?

à conjugação dos terminais estar a correr bem e ao facto de não termos a perda dos dois milhões nos granéis líquidos que tivemos o ano passado, devido às obras da refinaria. nos contentores esperamos um acréscimo significativo a partir deste mês.

porquê?

desde esta semana temos um novo grande armador, a cma cga. e a expectativa que temos do actual grande armador e principal cliente do terminal, a msc, é que continue a desenvolver a sua actividade com boas perspectivas. o terminal de multiusos terá um bom ano, o de contentores dará este salto e o de granéis líquidos entrará na normalidade. estes três terminais representam cerca de 90% da actividade do porto. tal leva-nos a concluir que este será um ano excelente no porto de sines.

há condições para baixar as taxas portuárias?

trabalhamos num mercado global. a preocupação de manter tarifas baixas já foi uma preocupação nossa no passado, agora tem de ser a de nos compararmos com outros portos que são concorrentes e fazer mais barato.

ouvimos muitas vezes dizer que sines pode competir com os portos do centro da europa…

obviamente…

mas estamos a falar de portos 20 vezes maiores.

sim, mas já tivemos um ou outro sucesso, estamos a conseguir competir.

é uma luta de david contra golias..

mas quero que o david, sines, se transforme no nosso golias.

a nova ligação ferroviária à fronteira espanhola seria um trunfo importante?

sem dúvida.

qual o feedback da parte do governo?

está a ser feito o trabalho de concertação com os espanhóis e destes com os franceses.

frederico.pinheiro@sol.pt