o estado gastou, no ano passado, 296,7 milhões de euros em armas e equipamentos militares.
de acordo com o relatório de execução da lei de programação militar (lpm) relativo ao ano de 2011, a que o solteve acesso, o ministério da defesa usou 85% das verbas que tinha disponíveis para esse efeito (que, por sua vez, já tinham sofrido um corte imprevisto de 40% por imposição do orçamento do estado).
numa análise aos três ramos das forças armadas, a força aérea gastou 57 milhões, o exército 70 e a marinha 84 milhões de euros.
a verba total foi essencialmente consumida, nas capacidades conjuntas, pela compra dos helicópteros eh101 e na participação no projecto cooperativo de construção dos helicópteros nh90.
já a marinha gastou a maior parte do dinheiro na capacidade oceânica de superfície: modernização das fragatas vasco da gama, manutenção dos hélis lynx e novas fragatas da classe m.
o exército, por seu lado, deu prioridade às viaturas blindadas de rodas pandur (36 milhões de euros). o fabricante, no entanto, emitiu duas facturas de mais de 192 milhões de euros de juros de mora, que não foram ainda pagos. o exército remeteu-as para o ministério, que está renegociar o contrato das pandur. já foram entregues 166 viaturas (das 240 inicialmente previstas), sendo que 99 entraram ao serviço e 67 ainda estão em reparações finais.
a prioridade da força aérea são os aviões c295m, que vieram substituir os aviocar e que obrigaram a obras em várias bases áreas.
interessados nos f16
se o estado tem feito compras, também está interessado em vender equipamentos usados para juntar algum dinheiro. a lista de vendas inclui oito helicópteros puma, 10 caças f16 e 10 aviões aviocar – embora alguns deles já estejam desmontados, incompletos ou mesmo em estado de sucata.
relativamente aos f16, houve vários países a pedir informações mais detalhadas ao ministério da defesa sobre o estado destes aviões, mas ainda não foi concretizada nenhuma proposta de compra. o governo tenciona ainda agendar com os interessados «datas de visitas às ogma» (oficinas gerais de material aeronáutico).
em 2011, o estado ainda recebeu mais uma tranche de 2,2 milhões de euros pela venda de duas fragatas ao uruguai, em 2008. o pagamento integral terminará no próximo ano.
o relatório termina alertando para que a futura revisão da lpm vai ser «um exercício de responsabilidade no contexto dos constrangimentos orçamentais que o país atravessa».
helena.pereira@sol.pt