no contrato de concessão da ana, gestora dos aeroportos nacionais, estarão estipuladas cláusulas que obrigarão o comprador a construir o substituto da portela «quando se atingir um determinado número de aviões a utilizarem o aeroporto ou quando se atingir um determinado número de passageiros», diz a mesma fonte.
esta é a estratégia do governo para contornar as restrições orçamentais e ao mesmo tempo garantir a evolução do aeroporto de lisboa, que continua a crescer a um ritmo de 4% ao ano. a saturação deverá chegar em 2017, segundo previsões da ana. é também uma política que vai ao encontro dos interesses dos defensores da austeridade e dos lóbis que tentam colocar o novo aeroporto low cost em alcochete. tal como o sol noticiou na última edição, esta opção está a ser defendida junto do governo por agentes económicos com grande poder de influência, entre os quais o bastonário da ordem dos engenheiros.
o secretário de estado dos transportes, sérgio silva monteiro, não cedeu à pressão, mas garantirá no contrato de concessão da ana que esta opção se mantém em cima da mesa. segundo apurou o sol, só após 2020 é que alcochete será realidade. a estratégia é semelhante à adoptada pelo anterior executivo, que entregaria a construção do aeroporto ao comprador da ana. o executivo de sócrates previa concluir a empreitada em 2017.
o actual governo quer finalizar o processo de concessão da ana até ao fim do ano. o sol sabe que silva monteiro já realizou mais de vinte reuniões com potenciais interessados.
os moldes da venda ainda não foram definidos, estando por especificar quantos aeroportos serão concessionados e se serão abertos um ou mais processos.
tap poderá ter mais do que um dono
a companhia aérea tap poderá vir a ter mais do que um novo dono, disse ao sol fonte oficial do ministério da economia. neste momento, estarão a ser formados consórcios que integrem investidores europeus e não europeus, de modo a contornar a proibição comunitária que impede empresas não europeias de deterem uma posição maioritária na tap.
na linha da frente para comprarem a tap estão as sul-americanas avianca, gol e latam, e também a europeia iag, junção da british airways e da iberia.
o governo pretende vender todo o grupo tap em bloco, mas o presidente da tap, fernando pinto, disse esta semana que existem dois interessados na unidade de manutenção e engenharia do brasil.
frederico.pinheiro@sol.pt