Alentejo quente e seco opera milagres

Cinco quintas em quatro diferentes regiões vinícolas (Alentejo, Lisboa, Beiras e Douro) permitem à Companhia das Quintas produzir vinhos com personalidade própria, atendendo às características específicas de cada local onde as vinhas estão plantadas.

a grande diversidade da sua produção passa pela quinta de pancas e quinta da romeira (região de lisboa), sobe até à beira interior (quinta do cardo), alonga-se pelo douro superior (quinta da fronteira) e deixa também marca no alentejo, com a sua herdade da farizoa. isto faz da companhia das quintas uma das mais importantes empresas produtoras de vinho do país (detém 400 hectares de vinha), mas hoje escolhemos falar apenas da alentejana herdade da farizoa.

a sua origem perdeu-se no tempo, no entanto é sabido que em 1808 pertenceu a uma ordem religiosa (como o testemunha o mosteiro aí erguido). a propriedade tem cerca de 60 hectares num terreno ligeiramente inclinado, onde em 2001 foram plantadas as vinhas com as castas tradicionais da região: trincadeira, alfrocheiro, aragonez e touriga nacional. está situada na freguesia da terrugem, concelho de elvas, e encontra-se integrada na sub-região de borba, onde o clima é caracterizado por primaveras e verões muito quentes e secos e com precipitação anual baixa, concentrada nos meses de inverno.

destacamos hoje o tinto herdade da farizoa reserva 2008 da responsabilidade dos enólogos joão corrêa e nuno do ó. o vinho é feito com 80% de touriga nacional (sabor intenso e muitos taninos), 10% de alfrocheiro (para lhe acrescentar cor) e 10% de syrah (a emprestar aroma e acidez). estagiou 18 meses em barricas novas de carvalho francês, apresenta cor opaca com laivos roxos e tem um aroma com notas de violetas, esteva e cacau. na boca, revela frescura e tem um final longo. saíram para o mercado dez mil garrafas. com um teor alcoólico de 13,8%, é indicado para acompanhar carnes vermelhas grelhadas e aves estufadas.

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