O ‘medo’ do Chelsea que hoje começará a vingança

Maio de 2009. Em Stamford Bridge joga-se a segunda mão das meias-finais da Liga dos Campeões, um palco onde se decidiria qual seria um dos finalistas da prova: Chelsea ou Barcelona. No fim, seriam os catalães orientados por Pep Guardiola, graças a um golo tardio de Andrés Iniesta e a uma arbitragem que mereceu críticas…

nessa noite, o empate a uma bola garantiu a passagem dos ‘blaugrana’ para uma final que viriam a vencer diante do manchester united – ainda com cristiano ronaldo. mas a mais vincada memória que ficou da meia-final terá sido a arbitragem do norueguês tom henning ovrebo, que não assinalou quatro grandes penalidades a favor do chelsea, apesar de ter expulsado eric abidal, do lado dos catalães.

daniel alves, defesa brasileiro que esteve presente nesse jogo e voltará a estar em campo hoje, no quinto duelo europeu entre os dois clubes nos últimos 12 anos, defendeu que «o chelsea não chegou à final por medo». ao the guardian, o internacional canarinho explicou uma opinião que promete apimentar ainda mais a partida que hoje se disputa em camp nou (19h45, sport tv1).

«eles tinham um jogador a mais, estavam a jogar e a ganhar em casa, e deviam ter-nos atacado mais. mas claro, se não tens um conceito [atacante] de futebol como o barcelona, ficas atrás e depois és derrubado», começou por expor, antes de dar o mote: «ficar atrás: perdedores. ir para a frente: ganhadores».

no fundo, o que alves quis dizer foi que «ao chelsea faltou a coragem para dar um passo em frente e atacar» o barcelona. ao invés, os ‘blues’ fizeram o que o brasileiro considerou fatal – «deram-nos a posse de bola, e a pior coisa que podes fazer contra o barcelona é dar-lhe a posse de bola».

enquanto tudo isto se passava, porém, o árbitro norueguês não assinalou quatro grandes penalidades claras a favor dos londrinos, num encontro em que, face à razia de lesões, pep guardiola teve que improvisar e colocar yaya touré a defesa central, à semelhança do que, já desde a época passada, tem feito com javier mascherano. porém, o brasileiro quis diminuir a influência que obrevo teve na partida.

«as pessoas dizem que o chelsea podia ter ganho se não fosse o árbitro, mas isso não é problema nosso, nós não controlamos os árbitros», declarou, antes de sublinhar que os ‘blaugrana’ estiveram em londres «para jogar futebol, para competir e tentar chegar à final». e deixou ainda uma questão: «o que podemos fazer quanto ao árbitro?».

nas cinco eliminatórias que as duas equipas já disputaram entre si, o saldo surge favorável ao barcelona, com três vitórias finais que lhe valeram passagens para uma fase seguinte da liga dos campeões. porém, a última delas surgiu nessa polémica eliminatória, em 2009, e concretizou-se devido ao critério dos golos marcados fora de casa. ao todo, o chelsea não perdeu nenhuma das últimas cinco partidas frente aos catalães.

no momento em que o chelsea confirmou a passagem às meias-finais, após ultrapassar o benfica, o médio frank lampard confirmou que a equipa tinha «assuntos por resolver com o barcelona», quiçá referindo-se à fatídica eliminatória de 2009.

mais logo, ao início da noite, os londrinos voltam à discussão europeia com os catalães. desta feita, espera-se, em benefícios, tanto para um lado como para o outro, por parte da arbitragem.

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