os adeptos voltaram a sentar-se nas bancadas do estádio da luz à tarde, mas a horas não muito comuns de se praticarem por estes lados do campeonato português. pelas 17 horas já o benfica começava o encontro diante do marítimo, com vontade de querer decidir logo desde muito cedo.
no relvado voltou-se a ver javier saviola ao lado de óscar cardozo, a dupla que tão prolíferos resultados trouxe há três épocas, na primeira de jorge jesus à frente dos ‘encarnados’, e que culminaria no título de campeão. com o argentino veio igualmente nolito, que regressou à titularidade no lado esquerdo do meio campo. e foi nesta dupla que o benfica assentou a sua forte entrada na partida.
mesmo sem o fulgor da sua primeira temporada em portugal, desde o início notou-se um saviola bastante móvel no ataque, descaindo ora nas alas, por troca comum dos extremos, ou recuando mais para o centro do campo para vir buscar as famosas tabelas com pablo aimar.
esta mobilidade permitiu uma primeira meia hora de jogo de domínio do benfica, que tentava a aproveitar os constantes buracos que a defesa madeirense ia deixando enquanto defendia, e isto traduzia-se em várias oportunidades de golo para os ‘encarnados’. logo no primeiro minuto, foi saviola a rematar ao poste e bruno césar, depois, a não conseguir uma recarga com sucesso.
mas os espaços na defesa do marítimo foram por duas vezes aproveitados com sucesso, e ambos por nolito. primeiro, aos 15 minutos, a finalizar de pé esquerdo já na área, após maxi deixar a bola para aimar, que a entregou ao espanhol. cinco minutos volvidos, e nolito aproveitou um passe de saviola para fazer um chapéu a peçanha, e assim marcar o seu décimo golo no campeonato, o segundo melhor registo da equipa.
até à meia hora de jogo os ‘encarnados’ podiam ter dilatado ainda mais a sua vantagem, mas o desperdício começou a aparecer, notório na perdida de capdevilla, quiçá deslumbrado com o grande passe com que saviola o deixou na cara do guarda-redes madeirense, ao picar a bola sobre um defesa adversário.
voltar a dormir
o desperdício do benfica seria recordado logo no início da segunda parte quando, por outro lado, o marítimo voltou acordado do marasmo que se apoderara de si durante a primeira metade, muito graças à entrada do argelino samir benachour.
os ‘encarnados’ relaxaram e começaram por ver as consequências logo aos 50 minutos, quando artur teve que negar por três vezes seguido o golo aos madeirense. o trio de defesas adiou o que, dois minutos depois, sami conseguiu: defesa do benfica parada, o avançado desmarcou-se e desviou a bola à saída do guarda-redes do benfica.
o marítimos reduzia a desvantagem e, até à hora de jogo, pressionaria ainda mais o benfica, que ia perdendo o controlo do meio campo, onde perdia quase todas as segundas bolas ou ressaltos que disputava. mas, aos 64 minutos, jesus decidiu-se por uma dupla substituição que teria um também duplo efeito: a entrada de javi garcia ‘acalmou’ a equipa e devolveu-lhe posse de bola, e o avançado rodrigo deu frescura onde já se via o cansaço de saviola.
frescura e um golo, logo na primeira vez que tocou na bola, a passe de nolito. os ‘encarnados’ alargaram a sua vantagem quando pouco parecia que o iriam conseguir, e, pouco depois, surgiria o quarto golo: novo passe de nolito, a descobrir bruno césar na direita, que fez o quarto e último golo da partida.
dois golos e duas assistências do espanhol carregaram o benfica até à vitória, que na segunda parte tirou a equipa da dormência que quase permitia ao marítimo conseguir o empate.
assim, e com a igualdade ontem do sporting de braga com o paços de ferreira (1-1), os ‘encarnados’ estão agora a três pontos dos minhotos e embalam para garantir, pelo menos, o segundo lugar final no campeonato.