na origem do crescimento está sobretudo a entrada em produção de novos poços de petróleo, matéria-prima que tem sido o principal ‘motor’ da economia do país africano.
mas há mais angola para lá do petróleo. o governo lançou recentemente um ambicioso programa de apoio às micro, pequenas e médias empresas, lançou a iniciativa balcão único do empreendedor (o primeiro já abriu, no huambo) e, esta semana, aprovou a criação de um fundo de capital de risco para apoiar projectos inovadores. outros fundos, privados, já existem, e outros estão a caminho do país e do continente africano, numa altura em que, na europa, o optimismo é um bem tão raro como a liquidez dos seus bancos e governos.
o grande desafio da economia de angola, todos sabemos, é a diversificação. e é nesse sentido que estão a ser dados passos. os resultados não serão imediatos, mas é certo que, dentro de cinco ou dez anos, começarão a dar frutos os projectos agora lançados, criando riqueza e aumentando a qualidade de vida das populações, em muitos casos ainda muito carenciadas.
mas existe ainda outro desafio: o controlo da inflação, que o executivo estima que fique abaixo dos 10% este ano, ainda que o fmi calcule uma taxa de 11,1%. a inflação é a outra face da moeda do crescimento: quanto mais uma economia cresce, mais aumenta o consumo público e privado e, com isso, gera-se o ciclo de aumento de preços. angola é um país que ainda importa grande parte do que consome – dos alimentos à maquinaria. e é por isso que a agricultura é uma actividade que deve continuar a merecer o apoio das autoridades e, sobretudo, o investimento dos privados, nacionais ou estrangeiros.
com a inflação em alta, a moeda desvaloriza – e esse é outro desafio de angola, porque a moeda deve ser uma reserva de valor. não faz sentido, provavelmente, a criação de uma moeda africana. defender o kwanza – e cada uma das moedas nacionais africanas – é outra prioridade. o euro deu no que deu. não vale a pena repetir o mal dos outros. importa antes aprender com os seus erros e replicar apenas o que souberam fazer bem.