há uns meses atrás, no início da época, a equipa da região
da ligúria propunha-se a disputar os lugares europeus esta época. hoje, em
finais de abril, o génova está um ponto acima dos lugares de despromoção da
séria a, após um acumular de exibições que até ao momento renderam apenas nove
vitórias no campeonato.
a última dessas prestações surgiu no sábado, no seu estádio,
o luigi ferraris. ao intervalo, a equipa perdia já por três golos sem resposta
com o siena, que no segundo tempo ainda conseguiu marcar o quarto golo. esse
tento, aliado à decisão de alberto malesani, treinador do génova, em retirar um
avançado de campo para colocar um defesa, foi a gota de água para um grupo de
adeptos da equipa da casa.
depois da substituição, cerca de 70 adeptos irromperam desde
a bancada norte do estádio até aos lugares centrais, perto do túnel de acesso
aos balneários, e deram início a uma onda de arremesso de objectos para o
relvado, ao mesmo tempo que entoavam cânticos em forma de crítica aos jogadores.
mas o pior veio em último: quando exigiram que os jogadores despissem a
camisola do clube.
nessa altura, já a partida estava interrompida, e assim
ficaria por mais de 40 minutos. durante esse período, assistiu-se a jogadores a
chorar, outros a aceder ao pedido, despindo a camisola, ou ainda uns poucos,
como giuseppi sculli, que recusou a exigência e trepou as vedações que
circundam o relvado para discutir com alguns dos desgostosos adeptos, como
contou a cadeia de televisão rai uno.
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a partida seria retomada e o génova conseguiria reduzir a
desvantagem, graças a um auto-golo de del grosso, defesa do siena, algo que não
esmoreceu os assobios e protestos dos adeptos após o apito final do árbitro. aí,
a maior parte dos jogadores abandonaram o campo sem as camisolas, que deixaram
junto à linha lateral, um gesto que o próprio presidente do clube, enrico
preziosi, defendeu.
«usou-se o senso comum para que não acontecesse o pior, já
que [os adeptos] estavam a atirar petardos, e considerei que era o melhor era
dar as camisolas aos adeptos para que ficassem tranquilos», disse, na ressaca
do encontro, onde também decidiu despedir malesani, a segunda vez que tal
acontece esta temporada, já preziosi tinha contratado de volta o treinador este
mês, depois de o ter despedido em dezembro.
esta segunda-feira, giancarlo abete, presidente da federação
italiana de futebol, classificou de «inaceitável» a violência a que se assistiu
no estádio do génova, defendendo que «aquelas pessoas não são fãs», antes de
argumentar que «sculli fez a coisa certo ao não retirar a sua camisola».
abete atirou ainda que o grupo de adeptos responsável pelos
desacatos «nunca mais devia ser autorizado a entrar num estádio de futebol», e
as autoridades italianas estão já a tentar identificar as pessoas envolvidas no
incidente para que lhes seja aplicada a ‘daspo’, denominação para a ordem
judicial que impõe a proibição de entrar em quaisquer eventos desportivos, como
explicou o diário as.
no meio de tudo isto estava miguel veloso, antigo jogador do sporting que só saiu do banco de suplentes quando os jogadores do génova se reuniram no centro do relvado com o presidente, para discutirem acediam ou não ao pedido dos revoltados adeptos.