1. para justificarem a sua acção os golpistas invocaram um tratado secreto (que até hoje nunca mostraram…) entre o pr e o pm e angola, tratado atentatório para a independência da guiné.
2. nas horas e dias imediatos ao golpe foram perseguidos e tiveram as suas residências assaltadas e vandalizadas, vários membros do governo e personalidades ligadas ao paigc e ao pm. o mesmo aconteceu com empresas privadas e viaturas.
3. deram-se também detenções e agressões a jornalistas, como ao corajoso aly silva do blogue ditaduradoconsenso, entretanto restituído à liberdade.
4. os instigadores do golpe foram os candidatos presidenciais preteridos pelos eleitores na primeira volta da eleição presidencial. falaram em fraudes e pretenderam deslegitimar o acto eleitoral através da anunciada desistência da segunda volta. kumba yalá é o rosto desta ‘frente da recusa’, que entretanto já se fragmentou.
5. outro pretexto foi a presença da missang, a força angolana de formadores que tem estado a colaborar com os militares guineenses na preparação e apoio à reforma das forças armadas.
6. porque um exército de 3.500 homens, mais de metade acima dos 50 anos, precisa de reforma. e não pode, por razões corporativas pôr em causa um governo legítimo que estava a fazer as coisas certas para o país.
7. a cplp, impulsionada por angola e portugal e pelo secretário executivo, deu o sinal de condenação. seguiram-se-lhe nessa linha a cedeao, a união africana e a união europeia. às nações unidas cabe a aprovação de uma força de interposição composta por contingentes destas várias organizações.
8. o povo de bissau, protestou contra o golpe, indignado e exasperado com a persistência deste pretorianismo inquieto, ao serviço de ambições e ressentimentos pessoais.
9. mais uma vez, o primeiro-ministro, carlos gomes júnior. se mostrou à altura. no dia do ataque à sua residência, deu ordem à sua segurança para não resistir, para evitar mortes.
10. e resistiu, até agora, a pressões e coacções de toda a ordem, para renunciar ao seu cargo e desistir da eleição, recusando-se a colaborar na ilegalidade.