Saúde e bem-estar revigoram turismo

A receita é prescrita por entidades públicas e privadas. Em Portugal, deve apostar-se com mais vigor no turismo de saúde e bem-estar. Porquê? Porque o envelhecimento da população, o aumento da esperança média de vida e as maiores preocupações com a estética estão a gerar mais procura por serviços médicos, de spa e termas, e…

«é preciso estruturar este produto. o governo está muito interessado em estimular esta oferta, mas isso implica parceiros privados. é uma aposta que, se for bem pensada e ganha, pode ter muito peso para o turismo em portugal», defendia na semana passada a secretária de estado do turismo, cecília meireles, durante uma visita por monchique, no algarve, dedicada a este produto turístico.

investindo num produto que foi definido como um dos dez estratégicos para o turismo português, já há vários agentes em acção.

em parceria com a associação empresarial de portugal, o health cluster portugal (hcp) já reuniu um consórcio com 20 instituições, entre as quais grupos de saúde (hpp, espírito santo saúde, grupo mello), hospitais (são joão, hospital de coimbra, santa maria) e hoteleiros, para desenvolver a prestação de cuidados de saúde a não residentes.

além de fazer estudos sobre este negócio – porque não há dados actualizados em portugal sobre quantos turistas atrai ou que receitas gera –, e de definir estratégias e públicos-alvo (países europeus, dos palop e eua são os potenciais clientes), o plano de acção prevê «ainda em 2012 ou no início de 2013» o lançamento de uma campanha de promoção e a disponibilização de pacotes com tratamentos, viagem e alojamento, explica ao sol o director executivo do hcp, joaquim cunha.

«é, seguramente, uma das áreas em que vale a pena apostar. é um factor de competitividade para o turismo, mas é também um negócio em si mesmo que pode crescer», concorda jorge rebelo de almeida, presidente do grupo hoteleiro vila galé, que já tem um spa médico no brasil, e que também está envolvido no projecto do hcp.

certificação a nível internacional dos hospitais nacionais, tratamento promocional específico e canais de venda próprios para este produto são outras ‘terapêuticas’ pedidas pelos empresários para dinamizar o turismo de saúde e bem-estar. «sentimos que há lacunas de promoção e que não estamos nos circuitos certos», diagnostica a directora executiva da associação da hotelaria de portugal, cristina siza vieira. e sugere, por exemplo, a captação de mais congressos médicos. «temos todas as hipóteses para este ser um produto por si motivador da viagem para portugal», acredita, detalhando que atrai sobretudo clientes da classe média-alta, que compram com antecedência e que optam por hotéis de 4 e 5 estrelas.

ana.serafim@sol.pt