«não temos nada contra o povo da guiné-bissau. a comunidade económica dos estados de áfrica ocidental (cedeao) está lá para vos ajudar a resolver os vossos problemas, mas posso também garantir-vos que a paciência da cedeao está a esgotar-se», declarou, citado pela afp, o chefe de estado gambiano na abertura dos trabalhos, em que participaram os ministros dos negócios estrangeiros de sete países oeste-africanos do «grupo de contacto», constituído por aquela organização.
«em menos de sete anos, quantos presidentes da guiné-bissau perderam a vida? quantos chefes de estado-maior perderam a vida? quantas pessoas foram mortas em total impunidade?», questionou yahya jammeh às três dezenas de personalidades guineenses presentes, entre as quais representantes da junta militar que tomou o poder no país no passado dia 12 de abril, mas também membros do conjunto da classe política, autoridades religiosas e da sociedade civil.
«estamos aqui para dizer-vos que em último recurso, ou vocês escolhem uma solução pacífica com a cedeao, ou a cedeao tomará medidas para pôr fim ao que se passa em bissau», preveniu também o presidente gambiano.
desde a sua independência em 1974, a guiné-bissau vive ao ritmo dos golpes de estado, tentativas de golpe e assassinatos políticos sob o fundo de rivalidades para controlar o tráfico de cocaína.
uma minicimeira que reunirá os chefes de estado do grupo de contacto, inicialmente prevista para se realizar em dakar, terá lugar em banjul no próximo dia 3 de maio, anunciou hoje a cedeao através de um comunicado.
lusa/ sol