Presidente da TAP quer Portela sem low cost

O presidente da TAP quer que «todas as low cost – (companhias aéreas de baixo custo) – sejam transferidas para o novo aeroporto complementar de Lisboa». Isso é essencial para o crescimento da TAP não ser condicionado pelo cancelamento da construção do novo aeroporto de Alcochete, diz ao SOL o gestor. A easyJet inaugurou um novo…

com cada vez menos espaço no aeroporto de lisboa, fernando pinto revela que «já este ano, tivemos de alterar o nosso sistema de horários para conseguir acomodar o crescimento previsto de frequências e das novas rotas». a construção do novo aeroporto em alcochete visava responder a estas necessidades. mas a empreitada foi cancelada pelo governo, «por razões compreensíveis» [crise económica]. a alternativa será arranjar uma infra-estrutura de apoio à portela, que atinge a saturação em 2017.

o gestor quer a transferência da operação das low cost para que «a tap tenha condições de continuar a crescer em ambiente de concorrência equilibrada».

a localização da nova infra-estrutura será anunciada no próximo mês pela tutela. contudo, o governo não pode obrigar nenhuma companhia a abandonar a portela.

fernando pinto defende a manutenção do centro de operações em lisboa, um «hub fundamental para a tap, mas também para portugal, pois foi através dessa placa giratória que o aeroporto da capital se valorizou na última década». a tap será privatizada, até ao final do ano, e há o receio de o novo dono retirar o hub de lisboa. o comprador será escolhido até ao final do primeiro semestre. iag (reino unido-espanha), latam (brasil-chile) e avianca (colômbia) são os principais interessados.

a venda permitirá ao novo accionista aumentar o capital da tap, algo que o estado não pode fazer há 15 anos por impedimentos comunitários. a operação não deve garantir um encaixe significativo: a empresa valerá entre mil e 1,2 mil milhões de euros, suficientes apenas para cobrir a dívida total da empresa. no entanto, a venda «é importante para aumentar a capacidade de investimento e a resistência nos anos mais difíceis», afirma pinto.

frederico.pinheiro@sol.pt