o diário francês le monde prevê que hollande tenha conquistado 51,9% dos votos, fatia superior aos 48,1% que atribui a sarkozy. por seu lado, o libération situa a diferença entre os 51,4% do socialista contra os 48,5% do recandidato conservador. a taxa de participação eleitoral rondará os 80%.
fotogaleria: as imagens de vitória e derrota das presidenciais francesas.
a tf1 apressou-se a montar o cenário que se verificará na ressaca deste dia de eleições: sarkozy manter-se-á na presidência até 16 de maio, data na qual termina o seu mandato, e a transição do poder terá que ser decidida entre o presidente cessante e hollande, o novo líder.
cerca de uma hora após as palavras de derrota de presidente cessante, françois hollande subiu ao palco em tulle, sua cidade natal e onde foi presidente da câmara, na província de corrèze, e discursou perante centenas de apoiantes e milhões de franceses que assistiam pela televisão.
«amo o meu país e amo os franceses, o 6 de maio passará a ser um dia histórico», foram as palavras que começaram por unir os presentes em aplausos.
«para os eleitores que não me confiaram o seu voto: eles sabem bem que eu sou o presidente de todos. esta noite há uma frança, unida no mesmo destino», continuou, para depois garantir que «todos serão tratados com a igualdade de direitos e deveres».
a ideia de união foi retomada mais adiante, quando hollande quis enfatizar a sua «confiança na frança», que garantiu conhecer «bem», e a quem endereçou uma mensagem: «eu sei que podemos, nós, o povo francês, enfrentar grande desafios».
«a mudança que vos proponho deve estar à altura da frança. e começa agora», assegurou, acrescentando uma promessa: «os cortes e as falhas em demasia…acabou tudo». ideias que foram acompanhadas por dois compromissos, pelos quais pediu «para ser julgado»: a justiça e os jovens.
a nova página na relação franco-alemã
a vitória de françois hollande marca o regresso da esquerda francesa à presidência no eliseu, 24 anos depois da reeleição de françois miterrand, o último presidente socialista da frança.
a face socialista de hollande no eliseu trará consigo novos ditames na relação com berlim, tema no qual o candidato se centrou durante toda a sua campanha ao reiterar a sua inteção de renegociar o pacto fiscal europeu, que nos últimos meses foi empurrado pelo seu antecessor e pela chanceller angela merkel.
«a preservação do nosso modelo social» e «a reorientação da europa» foram expressões presentes no discurso de hollande, em mensagens que poderão indicar a vontade do presidente eleito em evitar o estreitamento de uma relação que nos últimos tempos a europa apelidou de ‘merkozy’.
já esta noite, em tulles, mostrou a sua vontade de «dar à construção europeia um novo impulso de crescimento, de emprego. é o que direi logo que possível aos nossos parceiros europeus, começando pela alemanha».
até do lado alemão começam a surgir os primeiros sinais de cautela perante um novo presidente francês que promete ser mais rígido que sarkozy.
após o anúncio da vitória de hollande, o ministro dos negócios estrangeiros germânico, guido westerwelle, deslocou-se à embaixada francesa em berlim para congratular o vencedor e desbravar caminho para uma relação estável e cooperante.
«vamos trabalhar juntos num pacto de crescimento para a europa, [pois] devemo-lhe dar um novo impulso, que passará por reformas estruturais», declarou, segundo o diário libération.