a 4 de maio teve início do masters de madrid, um torneio
organizado numa dos mais modernos complexos desportivos da modalidade, a
denominada ‘caixa mágica’, no centro da capital espanhola, onde se disputa
desde 2009 sob a batuta da associação de ténis profissional (atp).
para a edição deste ano, a organização da prova quis marcar
«um antes e depois no mundo ténis»: os seus campos de terra batida passaram a
ser de cor azul, ao invés do tradicional tom avermelhado. uma «ruptura com o
passado», evocada pela organização do torneio no seu site oficial, que muito
tem enfurecido alguns tenistas que estão a participar na prova.
«o vencedor [do torneio] será quem não se magoar até ao
final da semana», atirou, em declarações ao daily telegraph, novak djokovic , o
actual nº 1 do ranking mundial da atp e vencedor da edição da época passada do
torneio.
na base das palavras do sérvio estavam os aspectos que têm
sido alvos de insistentes críticas: um terreno escorregadio, muito deslizante e
que altera drasticamente a trajectória da bola. «estás sempre a escorregar, a
tropeçar e a deslizar», sublinhou.
antes, djokovic contrariou o que tem sido defendido pela
organização – «estão a dizer que o court é exactamente igual à terra batida
vermelha, mas não é verdade porque há uma grande diferença». ontem, após ser
eliminado da prova por fernando verdasco, seu conterrâneo, rafael nadal
juntou-se ao sérvio na subida de tom das críticas.
«esta superfície destabiliza o jogo, torna-o completamente
diferente e não quero arriscar», declarou, já após ter avisado que «se as
coisas não mudarem, este será menos um torneio no calendário» para o tenista
espanhol, nº. 2 do ranking e considerado um dos mais fortes do mundo em terra
batida.
o próprio treinador e tio do tenista, toni nadal, confessou
à marca que chegou a pedir ao jogador que não participasse na prova, e apontou
as suas críticas também à atp, «por ter permitido» uma decisão que considerou
ser uma «barbaridade».
assim, a decisão da organização poderá ter um efeito
contraproducente ao que tinha idealizado inicialmente.
benefícios seriam
para os adeptos
o responsável pela organização do master de madrid, o romeno
ion tiriac, um antigo tenista da década de 70 do século passado, apresentou a
mudança para o azul como «um rasgo distintivo e uma marca» para o torneio.
a organização terá tido em mente o eco mediático que a polémica
mudança de cor faria cair sobre o torneio, embora tiriac tenha antes sublinhado
«só estão tornar mais fácil o seguimento do jogo aos espectadores e telespectadores».
a cor azul do novo piso de terra batida foi obtida, como a própria
organização explicou, através da retirado do óxido de ferro, substância dá a tradicional
cor avermelhada ao pó de tijolo, que antes foi tratado com uma tintura para
conferir ao piso o seu novo tom.
a decisão foi tomada em consonância com a atp e a wta – que
gere a vertente feminino da modalidade -, organismo que deram o aval a uma
mudança que poderá fazer com que vários dos principais nomes do ténis mundial
optem por não participar na próxima edição do torneio.
a não ser que a organização volte atrás e reponha o piso de
terra batida tradicional.
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