o relatório entregue ao executivo defende que a base do montijo é a que oferece as melhores condições. as restantes teriam problemas técnicos que, para serem ultrapassados, obrigariam a um forte investimento.
passos coelho comprometeu-se a anunciar a decisão no final este mês. e o secretário de estado dos transportes,_sérgio_monteiro, tem este tema como prioritário, pois a privatização da tap, prevista para junho/julho, depende desta decisão._os potenciais interessados na companhia aérea querem saber qual o cenário futuro do sector em portugal.
150 milhões são necessários
a base do montijo já tem duas pistas que podem ser usadas, dependendo das condições de navegação áerea. apenas em 3% dos dias do ano se verificam condições de clima adversas. «se por questões de vento a pista principal não puder ser usada, há a possibilidade de se usar outra», explicou ao sol fonte do sector.
no entanto, esta última pista tem um problema ambiental, uma vez que pode afectar o estuário do tejo. «o novo aeroporto afectará a zona de protecção_especial do_estuário e o aumento do tráfego automóvel terá impactos negativos», admite ao sol a presidente da câmara do montijo, maria amélia antunes. «o governo deve potenciar os efeitos positivos, mas minimizar os negativos».
de resto, em termos operacionais, a pista da montijo já passou no teste prático de segundo aeroporto de lisboa, durante a cimeira da nato, em novembro de 2010. devido ao elevado tráfego aéreo, concentrado em apenas dois dias, o montijo recebeu vários aviões da comitiva presidencial norte-americana, confirmou ao sol fonte oficial da força aérea.
segundo os últimos estudos conhecidos, nomeadamente um de miguel cadilhe de 2008/2009, a construção do aeroporto para as lowcost no montijo custaria perto de 150 milhões de euros. apesar de ser bastante menos do que os 3,5 mil milhões previstos para o aeroporto de alcochete, no actual momento de crise financeira este valor pode ser um entrave, temem fontes do sector. «não acredito que seja construído o novo aeroporto. pois 150 milhões, agora, é muito dinheiro», diz uma fonte.
outro problema é o facto de a lei da concorrência impedir o governo de obrigar as companhias de baixo custo a transferirem-se para a nova infra-estrutura. a decisão será das próprias operadoras. e as duas maiores lowcost não estão disponíveis para mudar.
a easyjet inaugurou em abril uma nova base aérea em lisboa. para convencer a companhia a sair, o_estado teria de oferecer uma forte compensação. «é tudo uma questão de dinheiro», diz uma outra fonte. a irlandesa ryanair também já tem planos para começar a operar em lisboa.
por isso mesmo, e para tentar levar o aeroporto para sintra, o autarca fernando seara apostou tudo na aproximação às duas gigantes, lembrando-lhes o poder turístico da região. seara conta ainda com o apoio dos militares.
* com helena pereira