trata-se do reforço das posições de isabel dos santos no bpi (onde se tornou a segunda maior accionista, depois do la caixa) e na zon (onde já lidera, com cerca de 15% do capital da operadora).
oinvestimento angolano é bem vindo em portugal, como é todo aquele que vise tornar as empresas do país mais fortes e competitivas. isabel dos santos é um exemplo de alguém que, claramente, ‘está’ em portugal para ficar, como o demonstram os reforços no bpi e na zon, ou a participação que detém, com a sonangol, na galp energia – ou, ainda, a parceria com a sonae em angola. as participações da empresária em portugal não são financeiras, ou seja, não visam o lucro imediato: a estratégia é de longo prazo, de comprometimento com as empresas e, portanto, com o desenvolvimento do país. e este tipo de investimento estrangeiro é o mais bem vindo, porque é estrutural.
portugal, de resto, a braços com uma crise sem precedentes nas últimas décadas, ‘mergulhado’ num continente onde a falta de esperança no futuro abunda, bem precisa de investimento estrangeiro estrutural, de empresários que cheguem para ficar.
o mesmo raciocínio se aplica a áfrica, que tem vindo a receber cada vez mais investimento externo. de acordo com um estudo da ernst & young (ver economia), o investimento directo estrangeiro no continente tem crescido a taxas médias anuais de perto de 20% desde 2007. angola e moçambique estão, naturalmente, no ‘mapa’ dos grandes (e pequenos) investidores internacionais, que deverão criar, nos próximos cinco anos, 30 mil e oito mil novos empregos, respectivamente, nestes países.
assim como portugal, pela situação em que se encontra e pela fraqueza financeira da maior parte dos seus empresários e grupos empresariais, precisa de investidores de longo prazo, que queiram mais do que o lucro fácil e imediato, também angola e moçambique carecem de apoio do exterior na criação de riqueza e de emprego. o importante em portugal, como em angola e moçambique, é que quem investe se comprometa com o futuro. angola, moçambique e portugal têm todas as razões para estar unidos. e a ‘lusofonia’, expressão vaga mas, ainda assim, representativa de um espaço económico, goza de boas condições para se afirmar no mundo. juntos devemos fazer das fraquezas forças e cruzar investimentos em todos os países deste espaço.