no sábado chegou o culminar de uma temporada disputada a
dois. o título de campeão inglês teve que esperar até ao último minuto de jogo
para saber para que lado de manchester iria. um par de golos em tempo de
descontos, no etihad stadium, devolveu ao city uma conquista que lhe fugiu há
44 anos, deixando os seus rivais citadinos, o united, órfão de títulos esta
época.
e, todos sabem, esta conquista chegou impulsionada pelos
milhões árabes vindo do abu dhabi, mais propriamente de uma empresa detida pelo
xeque mansour bin zayed al nahyan, que desde 2008 tem empurrado o clube para o
sucesso, ao proporcionar, ano após ano, vários milhões de euros para
contratações.
«sabemos que o city vai continuar a gastar dinheiro
estupidamente e pagar salário ridículos», atirou alex ferguson, treinador do
united, já depois do título estar nas mãos dos seus «vizinhos barulhentos»,
como outrora chamou aos ‘citizens’.
esta política de contratações, tão visada pelos seus
adversários, fez, por outro lado, com que o city se tornasse um destino
apetecível para vários jogadores de destaque no futebol inglês e europeu. as
aliciantes eram óbvias: salários apetecíveis e a possibilidade de lutar por
títulos ao lado de uma equipa construída sob esse objectivo.
e foi assim que carlos tévez chegou ao clube, em 2009, e
samir nasri, no início da época que agora findou. estes foram apenas dois em
dezenas de nomes sonantes que chegaram nos últimos anos ao city, mas foi este
par de jogadores que, esta semana, atirou críticas aos seus antigos clubes.
o cartaz de tévez
primeiro, o argentino. o avançado passou duas épocas no
manchester united de ferguson, alternando sempre entre a titularidade ao lado
de wayne rooney, com presenças no banco de suplentes, onde ia trocando com o
búlgardo dimitar berbatov. ainda assim, conseguiu conquista uma liga dos
campeões e uma premier league, antes de anunciar a sua saída dos ‘red devils’
em busca de mais minutos de jogo.
na altura da mudança para os rivais da cidade, apontou-se
uma tensa relação com alex ferguson como uma das razões para a saída de tévez.
ontem, segunda-feira, durante a comunhão com os adeptos nos
festejos pelas ruas da cidade, o internacional argentino ergueu um cartaz onde
se lia ‘rip fergie’ – descansa em paz, fergie (alcunha do técnico do united),
que um adepto lhe entregara pouco antes.
o acto motivou um pronto pedido de desculpas por parte do
clube e do jogador. «deixei-me levar pela emoção do momento, e certamente não
quis desrespeitar o sir alex ferguson, que admiro como pessoa e treinador», soltou
o jogador, citado pelo daily telegraph, já depois de o clube ter considerado,
por comunicado, o acto de tévez de «repreensível» e fruto de um «significativo
erro de julgamento» de uma «a criação de material de mau gosto».
renegado com moral
esta terça-feira, os disparos vieram da barricada francesa
dos ‘citizens’.
no verão passado, os adeptos do arsenal enfureceram-se com a
fuga de samir nasri para o clube de manchester, uma ira que saiu reforçada
quando o internacional francês justificou a sua opção com os títulos que iria
ganhar city. e lembrou os que nunca tinha ganho em três anos nos ‘gunners’.
a resposta do francês demorou cerca de um ano a chegar.
hoje, nasri respondeu aos adeptos que, na altura, o criticaram a sua mudança
como uma buscar por dinheiro. «as pessoas do arsenal tentaram impor que a minha
vinda para aqui [manchester] tinha sido por dinheiro», lembrou, antes de passar
ao ataque.
«espera que me estejam a ver agora, a recolher a minha
medalha de vencedor da premier league», atirou, num tom direccionado aos
adeptos ‘gunners’, antes de garantir que «se fosse pelo dinheiro, a decisão
mais fácil seria ter ficado no arsenal, a receber dinheiro todas as semanas e a
ser sempre titular».
ao mesmo diário britânico, nasri disse mesmo que «tomou a
escolha mais difícil» e foi «para um grande clube que nunca se contenta em ser
o segundo melhor».
por fim, em jeito de provocação, o francês sugeriu aos
adeptos do arsenal que «celebrassem o seu terceiro lugar», enquanto o jogador
ficará «focado em ganhar títulos».
diogo.pombo@sol.pt