a culpa é das deficientes condições da antiga cozinha e zonas de alimentação, que não passaram em recente inspecção da asae. dia 19 de abril, o banquete que estava a ser preparado para o presidente da polónia foi, à última hora, desviado para o palácio de queluz na sequência de uma acção-surpresa da asae.
segundo apurou o sol, o organismo viu-se na obrigação de agir depois de, na preparação do anterior jantar realizado na ajuda, várias pessoas se terem sentido mal e sido assistidas no hospital de s. francisco xavier. o diagnóstico foi intoxicação alimentar, o que configura um crime público, imediatamente reportado ao agente da psp de serviço na unidade hospitalar.
o banquete anterior tinha sido a 11 de abril e oferecido pela presidência da república ao presidente da áustria. as pessoas assistidas no hospital, no entanto, não faziam parte da lista de convidados – pertenciam à organização do evento.
a cozinha do palácio da ajuda está desactivada há muito tempo e as refeições nem sequer são ali confeccionadas. existem várias empresas de catering que fornecem a comida para os banquetes. essa comida já vem preparada e, no palácio, é apenas feito o chamado empratamento. as condições para esta operação, que parece simples, nem sequer existem, segundo concluiu a asae, que mandou encerrar a zona de manuseamento da comida.
tutela é conjunta
as obras que o palácio da ajuda terá que fazer para se adaptar às normas da asae são, contudo, de grande dimensão. uma das coisas básicas que teria que ser feito era instalar uma nova canalização de modo a haver água quente, que hoje não existe.
trata-se, por isso, de uma obra dispendiosa e sensível, uma vez que se está a falar de um monumento nacional, que tem uma tutela conjunta, da secretaria de estado da cultura e da presidência da república. o assunto está a ser discutido entre as duas partes, mas, para já, não configura uma prioridade, uma vez que o palácio já tem uma lista grande de reparações urgentes, nomeadamente nas fachadas.
o palácio da ajuda, mandado construir em 1796, volta a lembrar a sua ‘maldição’ histórica: já passou por um incêndio, pelas invasões napoleónicas e serviu de habitação a d. maria, a ‘rainha louca’.