timochenko está confinada pelas autoridades desde agosto de
2011, altura em que foi condenada a sete de prisão por abuso de poder, numa
decisão judicial que sempre considerou ser uma vingança pessoa por parte de
viktor ianoukovitch, presidente do país contra quem concorreu, nas eleições de
há dois anos.
na passada semana, várias nações europeias chegaram a
ameaçar boicotar o euro 2012 face à greve de fome, que a antiga líder promoveu
entre 20 de abril e 9 de maio, em protesto contra alegados abusos físicos dos
guardas prisionais.
a tomada de posição de alguns países – rejeitada por
portugal -, abalou a imagem da ucrânia a menos de um mês do início do europeu.
agora, do mesmo modo, outra notícia não abonará a favor da imagem ucraniana: o
receio em torno de eventuais abusos racistas no país.
o medo real
foi este receio que levou a o pai e irmão de theo walcott,
de cor de pele negra, a decidirem que não irão apoiar o jogador e a selecção
inglesa à ucrânia. «não vamos viajar por causa do medo de possíveis confrontos
e ataques racistas», confirmaram ao daily telegraph.
ambos preferiram assistir às partidas pela televisão e
expressar o seu apoio ao jogador inglês de outra forma, mais distantes. «há
coisas que não valem a pena o risco», sintetizou assim ashley, irmão de theo
walcott, antes de lançar uma questão: «porquê realizar uma competição desta magnitude
num sítio que não se consegue policiar, para que os estrangeiros se sintam
seguros?».
o diário britânico ainda notícias lançadas pela sky, uma
cadeia de televisão britânica, durante esta semana, ao dar conta de alegados
planos que estarão a ser fabricados por grupos neo-nazis em donetsk, cidade
ucraniana cujo estádio vai acolher vários encontros durante o campeonato
europeu.
o próprio roy hodgson, seleccionador inglês, abordou o
risco. «não há dúvida que o tema do racismo e violência na ucrânia é uma óbvia
preocupação para nós, relativamente aos adeptos que se arriscam a ser
espancados se por acaso não forem brancos», explicou.
«estádios no meio do
nada»
em fevereiro, um estudo da feferação internacional dos
futebolistas profissionais (fifpro), concluíra que mais de 10% dos jogadores a
actuar no futebol europeu tinha confessado já ter sido alvos de comportamentos
racistas.
em abril, o
secretário-geral do organismo, theo van seggelen, revelava as suas preocupações
quanto ao risco de racismo para os adeptos que se deslocariam à polónia e à
ucrânia, este verão, para apoiarem as suas selecções durante o europeu.
«a ucrânia será muito difícil para os adeptos», começou por
referir à bbc, antes de explicar a sua posição: «penso que este torneio não
será lembrado pela sua atmosfera, isso para mim é 100% certo». as suas preocupações
não se ficaram por aqui, e demonstrou isso através de exemplos.
«o jogo entre a holanda e a alemanha será disputado no
estádio mais pequeno da ucrânia, no meio do nada», lembrou, na altura, ao
referir-se à arena de carcóvia – onde o sporting jogou com o metalist, em
abril, para a liga europa -, com capacidade para cerca de 38 mil pessoas.
«o futebol são os adeptos, como é possível que este tipo de
jogos, que são o destaque da prova, sejam jogados em estádios no meio do
nada?», questionou. com ou sem uma resposta à altura, certo é que portugal
também jogará no estádio de carcóvia – será a 17 de junho, no último encontro
português na fase de grupos, frente à selecção holandesa.