o
pedido de merkel foi confirmado na tarde desta sexta-feira, em comunicado, pelo
próprio gabinete de panagiotis pikramenos, primeiro-ministro interino.
«ela
[merkel] também propôs ao presidente de república ideais sobre a realização de
um referendo, em paralelo às eleições, a questionar se os cidadãos gregos
querem permanecer na zona euro», pode ler-se no texto divulgado pelo governo
interino, citado pelo the guardian.
a
líder germânica falou por telefone com o seu recente homólogo helénico, onde
terá proposto a realização de um referendo em paralelo às eleições
legislativas, que serão repetidas a 17 de junho.
porém,
a decisão de realizar um referendo não está ao alcance dos poderes do executivo
interino na grécia, cujas funções remetem-se a guiar o país e manter a
‘estabilidade’ até às novas eleições. «é claro que esta matéria está
para além da competência do governo interino», lê-se igualmente no comunicado.
a
notícia foi avançada pelo the guardian e pela generalidade da imprensa grega,
no mesmo dia em que sublinharam que o bce não terá qualquer plano preparado
para uma eventual saída da grécia da moeda única europeia.
um não que passou a sim
há cerca de seis meses, uma decisão de george papandreou
enfureceu a europa.
o então primeiro-ministro grego, no meio da tempestade da
crise onde a grécia já estava, decidiu realizar um referendo no país. a questão
que se colocaria aos gregos seria se aceitavam, ou não, um novo placo de resgate para o país. o sufrágio seria realizado em dezembro de 2011.
na altura, papandreou considerou que o referendo seria «um sim ou não ao acordo de resgate, um sim ou não à europa, um sim ou não ao euro».
porém, não tardaram muito a surgir vozes de revolta e avisos
vindos dos líderes europeus. e a de angela merkel foi das mais notadas.
«o que
está em causa é a estabilidade do euro no seu conjunto», disse, em tom de
aviso, quando surgiram os receios de que um ‘sim’ no referendo pudesse acabar
no incumprimento gregos das medidas acordadas no primeiro acordo de resgate
financeiro com a ‘troika’.