spoek mathambo, considerado uma das estrelas em ascensão da música sul-africana, actua este sábado, dia 19, à meia-noite, no music box, em lisboa. nascido em joanesburgo em 1985, conquistou a crítica internacional em 2010 com o álbum mshini worn (‘dá-me a minha arma’) e acaba de lançar father creeper, um disco que tem levantado alguma curiosidade já que o single promocional, ‘put some red on it’, tem sido considerado uma crítica ao comércio de ‘diamantes de sangue’. no entanto, o músico contorna esta polémica afirmando que apenas escreve músicas «que reflectem as relações que as pessoas estabelecem, independentemente dos países, da raça ou da crença de cada um. todos nós vomitamos quando estamos doentes, toda a gente respira, toda a gente come, bebe, dorme, nasce, morre e a minha música é sobre esse lado intrinsecamente humano». seja como for, toda esta controvérsia só tem servido para dar ainda mais visibilidade ao seu trabalho, que o próprio afirma ser um estilo «afro futurista», o que inclui rap, hip hop, tecnho e música electrónica.
nascido com o nome de nthato mokgata, em joanesburgo, o músico adoptou o nome spoek quando tinha 18 anos e começou a fazer «música a sério». «‘spoek’ é um termo coloquial para fantasma e surgiu-me a propósito de uma personagem de uma comédia que passava na televisão». mas o músico quer ser visto para além de um nome ou de um estilo, e ser considerado «alguém que desenvolve um trabalho consistente».
filho de um pai engenheiro informático e de uma mãe ligada ao incremento do desenvolvimento sustentável na áfrica do sul, chegou a andar dois anos no curso de medicina que abandonou. «só o vou acabar numa outra encarnação!», brinca. hoje, o artista vive na suécia e já está a gravar o seu próximo álbum em londres. de portugal, diz ser um país «com gente muito simpática e acolhedora, com muitos africanos, o que me faz sentir em casa». spoek já actuou duas vezes em lisboa e uma no porto.
no concerto deste sábado, o músico garante que o público vai assistir a um espectáculo «inesquecível de fogo-de-artifício, luz e som», recheado de músicas novas mas sem esquecer temas do álbum anterior, como ‘mshini wam’, ‘klub horror’ ou ‘gwababa (don’t be scared)’.
a noite do music box vai ainda contar com a actuação dos portuenses throes + the shine, resultado da fusão de duas bandas de rock e kuduro e que agora apresentam o seu álbum de estreia. a noite termina com os dj’s marfox, fimeza e maboku que prometem fazer o público dançar ao som de house, techno e kuduro.