o título da série a já estava entregue à juventus. ainda assim, as bancadas do san siro, do rival ac milan, pintaram-se com milhares de adeptos. o estádio unira-se para se despedir de uma geração de «extraordinários campeões», como os classificou adriano galliani, vice-presidente do milan. mas houve ainda oportunidade para uma comunhão nos festejos, com o último dos golos de pippo inzaghi.
estava em jogo uma despedida em beleza e o
peso dos 38 anos pouco importou. aos 83 minutos, inzaghi correu atrás da bola,
dominou-a no peito e, em corrida, rematou com força para o segundo golo do
jogo, o da vitória e o 156.º da sua carreira no campeonato italiano. depois,
repetiu o que fizera por centenas de vezes: celebrou a correr, de braços bem
esticados, com as palmas das mãos abertas e aos gritos.
a corrida só acabou a um canto do relvado.
a pippo juntaram-se as restantes figuras dos ‘rossoneri’ que também se
despediam dos adeptos nesse encontro (ver caixa).
inzaghi deverá agora retirar-se ao fim de
21 anos nos relvados, os últimos 11 com a camisola do milan. com o seu nome
ficam 71 golos marcados em provas europeias, o segundo registo mais profícuo de
sempre, apenas atrás dos 77 do espanhol raúl.
ao fim de quase duas décadas, também
alessandro del piero vai deixar de vestir a camisola do seu clube, a juventus.
a despedida chegou a 20 de maio, e logo com uma derrota, a única da época, diante
do nápoles, na final da taça de itália.
aos 37 anos, o avançado italiano ainda é o
segundo jogador no activo com mais golos (208) na série a – só atrás de
francesco totti, da roma, outro veterano. em provas da uefa, os seus 53 golos
são o décimo melhor registo de sempre, a morder os 55 com que terminou eusébio.
em turim, não haverá mais golos com a marca
do ‘pintoricchio’, o pequeno pintor, alcunha que del piero foi ganhando em
itália. a sua despedida da juventus estava confirmada desde outubro, mas a
próxima paragem, ou um eventual ponto final na carreira, nunca foram revelados
pelo avançado.
caso decida continuar nos relvados e num
clube que dispute uma prova europeia, del piero poderá ser, a par de lionel
messi e andriy shevchenko, o único futebolista no top10 dos melhores
marcadores da uefa a prosseguir no activo.
fora das contas vão passar a estar os dois
históricos avançados que lideram a lista: raúl e ruud van nistelrooy.
aos 34 anos, o espanhol deverá passar a
derradeira época da sua carreira no al-sadd, clube do qatar pelo qual assinou
por uma temporada. para trás ficam os 77 golos que lhe valem a liderança da
lista dos melhores marcadores de sempre em provas europeias, repartidos entre
os 16 anos que passou no real madrid (66) e os últimos dois no schalke 04 (cinco).
raúl continua assim, aos 35 anos, a fugir ao que o holandês, com a
mesma idade, não conseguiu fintar: o seu limite físico. van nistelrooy, que
nesta época representou o málaga, anunciou o fim de uma carreira com quase 400
golos marcados, 62 deles em provas europeias, um número que o deixa na quarta
posição, empatado com o alemão gerd müller. tendo passado por clubes como o
manchester united e o real madrid, o holandês foi por três vezes o melhor
marcador da liga dos campeões
