as declarações de prandelli surgem já depois de mario monti,
primeiro-ministro italiano, ter defendido que o futebol no país «deveria ser
suspenso por dois ou três anos», devido aos recorrentes – entre 2005 e 2006 foi
o ‘calciocaos’ -, escândalos de corrupção que abalam o seu futebol.
hoje, mais palavras voltaram a surpreender o país. «se nos
dissessem que, para o bem do futebol, a equipa nacional não deve ir ao europeu,
não seria um problema», assegurou prandelli, ao evocar que «há coisas mais
importantes» no futebol.
um eventual abandono por vontade própria da itália, ou da
federação de futebol do país, seria algo inédito na história da competição.
algo semelhante só aconteceu em 1992 quando, a dez dias do início do europeu na
suécia, a jugoslávia foi retirada da prova pela mão da uefa, devido à guerra
dos balcãs que então se iniciava.
aí, contudo, foi a próprio organismo que tutela o futebol
europeu a tomar essa decisão. no cenário desenhado por cesare prandelli, ficou
no ar a sugestão de que, a confirmar-se, o abandono italiano viria de uma
decisão dos próprios dirigentes do país.
há 20 anos, a saída da jugoslávia fez cair uma vaga no colo da dinamarca, que só teve uma dezena de dias para juntar uma selecção que viajasse ‘de emergência’ para norte.
e dez dias bastaram para os nórdicos venceram a competição, numa equipa onde se destacavam peter schmeichel, então no início da sua aventura no manchester united, brian laudrup, irmão de michael, a referência da selecção que ficou de fora devido a desentendimentos com o seleccionador.
a caminhada dos dinamarqueses só terminou com a vitória na final frente à alemanha, que assim teve que aguardar mais quatro anos para conquistar o último dos seus títulos europeus, em 1996, em inglaterra.